Paulo César de Oliveira, ex-árbitro e comentarista de arbitragem da Rede Globo, foi vítima de comentários racistas nas redes sociais após atuar na transmissão da partida entre Fluminense e Corinthians, no domingo (13), pelo Campeonato Brasileiro. Um torcedor corintiano chamou o comentarista de “macaco sem vergonha” ao reclamar de uma análise feita sobre a arbitragem. O BHAZ tentou contato com o internauta, no entanto, ele apagou as contas das redes sociais.
“Mão do Fluminense segue o jogo, mão do Corinthians, o macaco comentarista da Globo lixo é pênalti, claro, macaco sem vergonha”, escreveu o internauta em uma publicação feita por Oliveira. O Fluminense venceu o time alvinegro por 2 a 1 na ocasião.
“Ontem fiz contato com a delegacia especializada em crime virtual em São Paulo e hoje como vou trabalhar lá, estou na estrada e vou registrar a ocorrência. Pediram pra salvar a URL do perfil, o print, e já fiz isso. Estou indo agora à tarde. O comentário ainda está na minha publicação, não respondi nada para não alardear, mas pedi orientação ontem e vou registrar. É inaceitável”, contou PC ao globoesporte.com.
A publicação do comentarista no Instagram, em que ele aparece ao lado do narrador Luis Roberto e dos comentaristas Pedrinho e Paulo Nunes, se encheu de comentários de apoio a PC após o episódio. “Força PC, continue sendo esse profissional excelente que você é, não se deixe abater, e siga em frente com o processo”, escreveu uma internauta. “Parabéns pelo trabalho , não baixe a cabeça para o racismo, tem que ir até o fim, para ser julgado e condenado. Lamentável que em 2020 existam pessoas que pensam dessa maneira”, comentou outro.
Não é a primeira vez
PC Oliveira contou, ainda ao globoesporte.com, que esta não foi a primeira vez em que ele foi vítima de injúria racial no futebol. “A primeira infelizmente foi com o falecido Carlos Alberto Torres, ele era técnico do Paysandu. Fiz um jogo entre Paysandu e Flamengo, ele me ofendeu, chamou de negro de merda, teve uma repercussão muito grande, mas depois me pediu desculpas pessoalmente”, contou.
“Cheguei a processá-lo, mas com o pedido de desculpas abri mão do processo, perdoei, que a alma dele descanse em paz. Mas desta vez não conheço o internauta, não sei se é perfil falso ou se não é, acho que não, mas vou levar o caso adiante para servir mesmo como um processo educativo, uma forma de repudiar essa conduta”, completou o comentarista.