A BR-381, no trecho conhecido como Rodovia da Morte, ganhou mais um episódio lastimável. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou neste sábado (19) que uma família, incluindo um bebê de nove meses, morreu em um grave acidente na madrugada de ontem, momentos antes de outra batida fatal, intensamente noticiada pela mídia, ocorrida na altura da cidade de Nova União, na região Central de Minas Gerais.
O acidente que vitimou a família também ocorreu no mesmo trecho e na mesma região, mas na altura de Bom Jesus de Amparo – as duas batidas ocorreram em uma distância de cerca de 11 quilômetros. As autoridades já tinham divulgado essa batida, envolvendo dois caminhões e um veículo de passeio, mas, como o automóvel foi carbonizado, não conseguiram precisar o número de vítimas.
“Essa descoberta só foi possível através de pessoas que ficaram ligando para a PRF procurando por um veículo que estava desaparecido. Quando fizemos o levantamento do número do motor do carro carbonizado, pudemos confirmar que era o veículo que os familiares estavam procurando”, afirmou o porta-voz da PRF, Aristides Junior, em áudio divulgado para a imprensa.
Conforme o agente, o carro onde estava a família foi prensado por dois caminhões e, em seguida, tomado pelo fogo. “Infelizmente, no carro que ficou carbonizado estavam quatro pessoas: três adultos e um bebê de nove meses”, informou, ao complementar que a batida ocorreu no km 403.
Rodovia da Morte
Poucas horas após esse acidente que matou a família, uma violenta batida foi registrada a alguns quilômetros, também na BR-381, na manhã de ontem. Um engavetamento causado por uma carreta bitrem carregada de melancias envolveu outros cinco veículos, sendo dois carros e três caminhões, e deixou um morto e outras nove vítimas em estado grave. A colisão ocorreu no km 414 da BR-381, na altura da cidade de Nova União, na região Central de Minas.
Esse acidente ocorreu por volta das 7h de ontem. De acordo com a ocorrência, o trânsito estava retido no local quando a carreta não conseguiu parar e provocou o engavetamento. A colisão chamou a atenção por ocorrer em um trecho duplicado e levantou o debate sobre a segurança na rodovia e a necessidade de fiscalização.
“Quando a capacidade da rodovia aumenta, os motoristas também acabam acelerando mais, podendo perder o controle da velocidade. Nos trechos não duplicados, o grande problema é que é a BR-381 é uma rodovia sinuosa, fica em uma área com a topografia acidentada, e acontecem problemas na ultrapassagem. Quando o trecho é duplicado, o conforto do motorista é maior e ele pode exagerar na velocidade”, explicou ao BHAZ engenheiro civil especialista em transporte e trânsito, Márcio Aguiar (leia mais aqui).