Após reabertura, BH tem aumento de casos e volta ao nível amarelo

alberto cintra cheia
Alberto Cintra lotada no dia 4 de setembro, quando os bares voltaram (Vitor Fórneas/BHAZ)

Duas semanas após a reabertura de bares e a expansão do horário de funcionamento do comércio, Belo Horizonte registra uma escalada na taxa média de transmissão do novo coronavírus e, 17 dias depois, completados hoje (21), volta ao nível amarelo – a capital estava no verde desde 21 de agosto. Infectologista credita o aumento da transmissão, observado desde a semana passada, ao desrespeito de parte da população às normas determinadas pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) na retomada gradual do comércio e de outras atividades.

“O aumento na transmissão era esperado porque o povo definitivamente não respeitou as normas sanitárias. Enquanto a população não absolver que o próprio cidadão é que controla a pandemia, continuaremos nesta guerra contra o coronavírus”, afirma o médico infectologista Leandro Curi. BH tem hoje 39.379 casos confirmados da doença e 1.168 mortes.

Duas semanas – ou 14 dias – compreende justamente o período determinado por estudiosos para que o impacto de uma ação seja identificado. Exemplo: o resultado da reabertura de bares na taxa de transmissão começa a ser observado após duas semanas, quando os sintomas do novo coronavírus se intensificam. Esse período foi completado na última sexta-feira (18), quando já era possível identificar a escalada de transmissão da Covid-19.

  • 14/09 – 0,91 (verde)
  • 15/09 – 0,92 (verde)
  • 16/09 – 0,95 (verde)
  • 17/09 – 0,97 (verde)
  • 18/09 – 0,99 (verde)
  • 21/09 – 1,03 (amarelo)

Para conter o avanço da doença, segundo Curi, é necessário que a população cumpra as medidas sanitárias indicadas pelas autoridades sanitárias. Utilizar a máscara de proteção e evitar aglomeração são algumas das normas que devem ser seguidas. “Infelizmente não é isso que temos visto, pelo contrário. Pessoas estão nos bares, fazendo festa, exercitando sem máscara. É difícil o poder público falar e as orientações serem menosprezadas”, pontua o médico infectologista.

Hospitais

O aumento da transmissão do vírus começa a refletir nas ocupações nos leitos de hospitais. O infectologista conta que, em grupos de WhatsApp, médicos comentam a situação enfrentada em unidades de saúde de BH e região metropolitana. “‘Os hospitais estão começando a encher de novo’, é uma da mensagens recebidas no grupo”.

O especialista destaca que não se pode afirmar se a capital começa a enfrentar uma segunda onda da doença. “Não podemos falar isso, pois nem sabemos se saímos da primeira. O que a gente tem que ter é prevenção, educação e sentimento de coletividade. Atualmente está faltando tudo”, finaliza.

Segundo os dados da PBH, os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estão com 45,9% de ocupação, enquanto os de enfermaria registram 36,8%. Ocupação de leitos e o número médio de transmissão por infectado são os indicadores de monitoramento que o Executivo municipal se baseia para definir a continuidade ou não do processo de flexibilização da cidade.

indicadores monitoramento covid
Indicadores de monitoramento da Covid-19 em Belo Horizonte (Reprodução/PBH)

Flexibilização

BH registra, também, uma escalada na reabertura do comércio e de atividades. No dia 4 deste mês, os bares voltaram a funcionar recebendo clientes e vendendo bebidas alcoólicas – justamente no feriadão de Sete de Setembro. Os parques também foram reabertos, sendo que a última leva ocorreu no último fim de semana.

Na última semana, a PBH anunciou novo pacote de flexibilizações: peladas de futebol, vôlei e afins foram liberadas; clubes vão poder reabrir no próximo sábado (26); Feira Hippie também voltará à Afonso Pena no fim de semana que vem; e os bares já podem receber música ao vivo.

Reforce a proteção contra o vírus

A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Edição: Thiago Ricci
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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