Garoto mata o pai para salvar mãe de espancamento

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Garoto confessou o crime aos policiais (FOTO ILUSTRATIVA: Amanda Dias/BHAZ)

Um adolescente de 15 anos matou o próprio pai para defender a mãe de um espancamento. O garoto usou uma faca para cometer o assassinato, após presenciar o pai agredir a mulher e ameaçar matá-la. O caso aconteceu nessa quarta-feira (23) na área rural de Pedrinópolis, município mineiro do Alto Paranaíba com 3,6 mil habitantes, a menos de 150 km de Uberlândia.

O garoto relatou aos militares que estava pescando com um amigo, quando, por volta das 19h, voltou para casa e viu o pai agredindo sua mãe. O adolescente insistiu para que o homem parasse com o espancamento, mas o pedido não surtiu efeito e a violência contra a mulher continuou com chutes e uma cadeira arremessada.

Quando o homem pegou um tamborete para também jogar na mulher, o adolescente usou uma faca para desferir um único golpe na lateral do corpo do pai. O homem ainda tentou correr atrás do filho, mas não conseguiu alcançá-lo e acabou caindo por causa da facada.

Brigas constantes

A mulher confirmou aos policiais a versão do filho e explicou que a discussão começou quando os dois estavam bebendo juntos. Segundo ela, Ivair criticou a presença da família dela no relacionamento do casal e, em meio às agressões, disse que iria matá-la.

Um parente da família afirmou aos militares que as brigas eram constantes. A caminho do local onde aconteceu o crime, os policiais encontraram com o adolescente com o amigo, em uma motocicleta. Na abordagem, o jovem confessou que havia esfaqueado o pai e foi apreendido pelos militares.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) resgatou o homem no local, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. A mulher recebeu atendimento médico para as lesões causadas pela agressão.

Denuncie!

Especialistas ouvidas pelo BHAZ são unânimes ao afirmar que é essencial que a mulher procure ajuda quando sofre algum tipo de violência. Na capital mineira, além da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, existem ao menos outras três instituições que atendem esse público: Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher), da Defensoria Pública; Casa Benvinda, da Prefeitura de Belo Horizonte; e Casa de Referência Tina Martins, do chamado terceiro setor, sem vínculo governamental (veja mais informações abaixo).

“É muito importante que a vítima procure o profissional de sua confiança: advogado ou defensoria pública, órgãos de proteção… Para que aquilo não exploda de vez. Vai sofrendo, vai sofrendo ameaça, pressão psicológica, são agredidas moral e psicologicamente dentro de casa. Vai aguentando por causa dos filhos… Na hora que algo explode, pode até mesmo ser fatal”, orienta a conselheira seccional da OAB Minas, Camila Félix, também professora de Direito Penal e advogada.

  • Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
  • Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
  • Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
  • Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
Edição: Thiago Ricci
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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