A Justiça aceitou nesta, sexta-feira (25), o pedido de prisão contra Jorge Marra, secretário de Obras de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba. Ele é suspeito de matar o pré-candidato a vereador Cassio Remis a tiros. A discussão entre os dois começou enquanto a vítima realizava uma transmissão ao vivo nas redes sociais próximo do local. No espaço, vai funcionar o comitê eleitoral do prefeito da cidade, que é irmão do suspeito do crime.
A Polícia Civil havia feito o pedido da prisão preventiva ontem, mas a confirmação veio no início desta noite. Jorge segue foragido e a caminhonete usada na fuga foi encontrada em Perdizes, também no Alto Paranaíba, a cerca de 60 km do local do crime, na casa de um político da cidade. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Renato Mendonça, o revólver encontrado no carro foi enviado à perícia, que poderá confirmar se ele corresponde à arma de fogo utilizada no assassinato.
Motivo fútil
Jorge Marra, se for indiciado, deve responder por homicídio doloso qualificado por motivo fútil, já que as autoridades acreditam que o secretário de Obras tenha matado Cassio Remis porque ele fazia denúncias sobre a administração da cidade. O suspeito pode ser condenado a até 30 anos de prisão.
“A vítima estava desarmada, correndo, de costas, e motivo era provavelmente é uma briga política. Tudo isso ajuda a configurar o homicídio como doloso qualificado por motivo fútil. A pena ainda pode aumentar se for comprovado o roubo do celular da vítima antes do crime, irregularidades em relação à arma de fogo, etc. Ainda não podemos afirmar se alguém ajudou na fuga, mas, se ajudou, também vai responder por isso”, reforçou Renato Mendonça.
Os delegados acrescentaram que Jorge Marra e Cassio Remis não tinham um histórico de desavenças e que as denúncias feitas pelo pré-candidato sobre o vereador não eram pessoalmente direcionadas à administração atual da cidade. A Polícia Cicil afirmou que Marra tem passagens pela polícia por dois crimes ambientais, mas não há denúncias anteriores sobre violência.
‘Estarrecido’
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse ter ficado “estarrecido” com o assassinato de Cassio e classificou o crime como “brutal”. “É inadmissível que o ambiente político se transforme nisso. É preciso ter tolerância. Minha solidariedade à família dele. E para criminosos que agem com brutalidade: o rigor da lei e cadeia”, postou.