Onyx critica Mandetta, se contradiz sobre SUS e ataca a China

ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni e o governador de minas Romeu Zema
Ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disparou críticas contra o ex-ministro (Pedro Gontijo/Imprensa MG)

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disparou críticas contra a China e ao ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, na tarde desta segunda (28), após cerimônia na Cidade Administrativa (relembre aqui). O evento, que contou com a participação de Romeu Zema (Novo), ocorreu para a divulgação de recursos para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). Lorenzoni afirmou que Mandetta sofre “de uma síndrome de falta de luz”.

Durante o pronunciamento, o ministro ainda se contradisse em relação ao SUS (Sistema Único de Saúde). Primeiro, a autoridade elogiou o sistema na atuação contra a pandemia da Covid-19, mas, na sequência, ele disparou que vidas deixaram de ser salvas em decorrência do protocolo adotado pelo SUS na gestão de Mandetta. As ações do ex-ministro, inclusive, eram recomendadas por todas as autoridades de saúde.

Ataque aos chineses e elogios a Bolsonaro

Quanto aos chineses, Onyx disse que eles foram responsáveis por frear o que ele chamou de “crescimento e retomada de confiança do Brasil”. Já com relação à administração de Jair Bolsonaro, a autoridade só destacou pontos positivos.

“Em 2019, nós recuperamos a confiança interna e externa. O Brasil gerou um milhão de empregos, e Minas ajudou. E nós olhávamos para o ano de 2020 com a expectativa de que seria um grande ano, para Minas e para o Brasil. Aí, veio esse presente grego aí, que a China mandou para o mundo inteiro e para nós brasileiros. E nós tivemos que fazer um esforço extraordinário para enfrentar esse momento”, disse. 

SUS 

Onyx aproveitou a oportunidade para elogiar o SUS e destacou que o sistema tem servido de exemplo para organizações internacionais. “Temos recebido em Brasília demandas do Banco Mundial e de organismos internacionais que estão interessados em saber como é que funciona o SUS, que é uma invenção brasileira. O sistema pode ter problemas, mas, em países mais evoluídos economicamente e tecnologicamente que o nosso, o sistemas de saúde deles falhou. O SUS não falhou, ele respondeu e isso é uma vitória nossa, dos brasileiros”, afirmou o ministro. 

Mandetta pode ser processado

Onyx comentou sobre o trecho do livro que está sendo escrito por Mandetta. O ex-ministro cita que Onyx, quando era deputado, gravava as conversas com outros parlamentares, e usava os arquivos em suas negociações políticas. Segundo Mandetta, Onyx ameaçava entregar os conteúdos para a imprensa.

“Em relação a essa afirmação do deputado, primeiro, é mentira. Segundo, o ex-deputado e ex-ministro sofre de um sintoma muito grave de uma síndrome de falta de luz. Terceiro, eu tenho mais o que fazer do que me preocupar com fofoca de ex-ministro e ex-deputado”, afirmou. 

O ministro da Cidadania disse ainda que pode processar Mandetta por causa da publicação do livro. “Se tiver qualquer coisa que ataque a minha honra e a minha história, e eu tenho uma longa história, são sete mandatos como deputado, já o ex-deputado [Mandetta] parece que passou por um mandato lá na Câmara. Se isso ocorrer, sem dúvida nenhuma, os meus advogados o processarão”, destacou. 

Contradição 

Ao atacar Mandetta, no entanto, Onyx dirigiu críticas ao protocolo adotado pelo SUS para o enfrentamento da pandemia, o qual ele mesmo havia elogiado anteriormente. Segundo ele, se a hidroxicloroquina, azitromicina e a ivermectina, [todas substâncias sem eficácia comprovada contra a Covid-19] tivessem sido usadas, vidas poderiam ter sido salvas. 

“Tem uma coisa muito importante que a gente precisa lembrar, esse foi o ministro que dizia para as pessoas: ‘fique em casa’. Eu tive Covid-19 e aprendi junto com a minha esposa, minha filha e com os médicos que nos atenderam. O protocolo com a hidroxicloroquina, azitromicina e a ivermectina tem um efeito espetacular, quando feito nos primeiros cinco dias. Quantas vidas [pessoas doentes] no Brasil ficaram em casa e quando foram para o hospital talvez tenha sido tarde? É isso que ele [Mandetta] tem que explicar”, disparou o ministro.

Questionado se Mandetta errou na condução da pandemia, Onyx repetiu que o ex-ministro da Saúde é quem deveria se explicar para a população.

Protocolo

O protocolo para o uso da hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus foi inserido no SUS em maio deste ano, após a saída de Mandetta e Nelson Teich do Ministério da Saúde. 

Os dois ex-ministros se valiam de estudos internacionais e recomendações da Sociedade Brasileira de Infectologia que não sugeriam o uso das substâncias. Os remédios foram o epicentro dos conflitos entre Bolsonaro e os dois médicos. 

O Brasil fechou o mês de maio com mais de 23 mil mortes provocadas pelo vírus. Mesmo com o protocolo que liberou os remédios, os casos dispararam e, hoje, o país soma quase 142 mil mortes.

Edição: Aline Diniz
Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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