O Debate na Band, que tradicionalmente abre a série de acareações entre os candidatos, proporcionou na noite de quinta-feira (1º) o primeiro contato mais intenso dos eleitores com dez das 15 opções para assumir a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) a partir de 2021. Como destaques, a ausência do prefeito da cidade e candidato à reeleição, Alexandre Kalil (PSD), que recebeu críticas de vários concorrentes, e um duelo particular entre Nilmário Miranda (PT) e Rodrigo Paiva (Novo).
A assessoria de campanha de Kalil comunicou à organização do debate que o prefeito não compareceria, mas não informou os motivos. O BHAZ tentou contato com a comunicação do candidato à reeleição, mas obteve resposta até esta publicação.
Participaram do programa apenas os partidos com pelo menos cinco parlamentares no Congresso Nacional. Com isso, as siglas PRTB, PCO, PMB e PSTU ficaram de fora. O debate contou com os seguintes candidatos:
- Áurea Carolina (PSOL)
- Fabiano Cazeca (PROS)
- João Vitor Xavier (Cidadania)
- Lafayette Andrada (Republicanos)
- Luísa Barreto (PSDB)
- Marcelo de Souza e Silva (Patriota)
- Nilmário Miranda (PT)
- Professor Wendel Mesquita (Solidariedade)
- Wadson Ribeiro (PCdoB)
A atração começou às 22h30 e foi dividida em cinco blocos. No primeiro, os candidatos se apresentaram para o público. Nos três blocos seguintes, os postulantes fizeram perguntas entre si e, no último, fizeram as considerações finais.
Kalil é alvo preferencial
A ausência do prefeito Alexandre Kalil foi criticada e chegou a irritar alguns candidatos. João Vitor Xavier disse que a falta do prefeito “reflete sua gestão, pautada na falta de diálogo”. Em um dos momentos do debate, Xavier também disse que queria dirigir o questionamento ao prefeito. “Queria perguntar para o Kalil, mas ele não veio, mas tenho certeza que no segundo turno vou poder olhar no olho dele para fazer essa pergunta”, afirmou.
Quem também criticou a falta do atual prefeito foi Wadson Ribeiro, que comparou a atitude de Kalil com a do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que faltou a debates durante sua campanha em 2018. “Queria que ele [Kalil] estivesse aqui no debate, pois estaríamos perguntando para ele o porquê ele está sonegando imposto da casa dele. Parece que virou moda, assim como o Bolsonaro, que foi eleito sem que o povo ouvisse suas ideias. É lamentável”, afirmou Wadson.
Áurea e Nilmário creditaram a ausência de Kalil ao “clima de já ganhou”. “Não existe isso de vencedor, precisamos ouvir o povo, não tem nada ganho ainda, tem gente que acha que já ganhou e nem veio”, disse o petista. “Não tem essa de ‘já ganhou’, o jogo é jogado”, acrescentou Áurea.
Nilmário x Paiva
Os candidatos Rodrigo Paiva e Nilmário Miranda fizeram um duelo à parte no debate, usando como pano de fundo as gestões do atual governador, Romeu Zema, e do antecessor, Fernando Pimentel.
Em um dos momentos, Nilmário disse que o candidato do Novo tinha interesse em privatizar a cidade, que, segundo o petista, se assemelha ao interesse de Zema que “quer vender a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) para “empresários preguiçosos lucrarem”. Em contra-ataque, Paiva disse que Pimentel, que é do mesmo partido de Nilmário, “arrasou Minas Gerais” durante a gestão.
Em um segundo duelo, Nilmário questionou o hospital de campanha instalado no Expominas e fechado sem receber paciente algum. “Foi um desperdício, hospital que não servia para nada que não atendia ninguém”, disse o petista. Paiva rebateu alegando que maioria da verba que viabilizou o hospital veio do setor privado. “O estado está quebrado e foi quebrado pelo partido que o senhor faz parte, graças a Deus não precisou ser utilizado”.