Sindilojas quer liberação de provador e mais tempo de funcionamento

Vitrine de loja e pessoas andando na calçada
Sindilojas pedem abertura das lojas uma hora mais cedo em dias úteis. (Amanda Dias/BHAZ)

O Sindilojas (Sindicato de Lojistas de BH) pediu à PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) três avanços na flexibilização para o comércio de rua e shoppings da cidade. No documento, o sindicato pede que os comércios abram uma hora mais cedo, e que a capacidade de clientes por metro quadrado seja aumentada. Além disso, os empresários desejam que os provadores sejam liberados. Uma reunião entre PBH e Sindlojas está marcada para ocorrer na tarde de hoje (7).

“O nosso pedido inicial era para que as lojas funcionassem duas horas a mais do que atualmente, na tentativa de ir normalizando o horário do comércio. Mas, como os funcionários estão com dificuldade de conseguir transporte público, decidimos pedir só uma hora de extensão”, explica Nadim Nonato, presidente do Sindilojas.

Se a extensão for aprovada pela prefeitura, as lojas de rua, galerias e centros comerciais passarão a abrir às 10h nos dias úteis (não mais às 11h) e fecharão no mesmo horário, às 19h. Já as lojas de shopping começarão o expediente às 11h de segunda à sábado, uma hora mais cedo que o horário atual de 12h. “Aumentando o horário você dilui a quantidade de clientes dentro das lojas e evita multidão”, pontuou Nadim.

Por outro lado, o infectologista Unaí Tupinambás, integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da prefeitura, disse que, como médico, esse não é o momento para novas medidas. “A gente está num momento muito tenso, temos que pensar em cada flexibilização. Cada passo avançando pode ser problemático agora. Não acho que esse pedido vai fazer o comércio vender mais, mas pode fazer muita diferença na transmissão do vírus”, afirmou. Tupinambás, no entanto, reiterou, em entrevista ao BHAZ, que estava analisando o caso como médico. Ou seja, a fala dele não traduz o pensamento do comitê.

Lojas pequenas

Outra solicitação do sindicato é que a metragem mínima por clientes dentro da loja seja de 5m² e não de 7m² como é hoje. “Esse número atende muito bem as lojas maiores, mas 73% do comércio de BH tem entre 30 e 40 metros quadrados. São os pequenos negócios e, com o mesmo cálculo, reduz muito o número de consumidor que ela pode receber”, explica Nadim.

Por último, o Sindlojas alega que as lojas do seguimento do vestuário estão muito prejudicadas com a pandemia e que proibir o provador piorou o cenário. “Perguntamos à PBH qual é a exigência para permitir o uso do provador”, acrescentou Nonato.

Segundo ele, a prefeitura vai avaliar as medidas e deve decidir ainda nesta semana. O infectologista Estevão Urbano, que também integra o comitê, preferiu não falar sobre o assunto antes do encontro, que acontece na tarde de hoje.

Preocupação

Unaí reiterou que BH observa um aumento na taxa de transmissão do coronavírus por dois dias seguidos (leia mais aqui). Por isso, não é hora de avançar, nem retrair.  

“Esse aumento ainda não refletiu na ocupação de leitos, a subida de casos demora a refletir na ocupação de leitos de enfermaria. Mas estamos preocupados com o fim do ano, quando as pessoas têm mais necessidade de se encontrar, fazer compras. Estamos com medo de flexibilizar agora e ter que fechar em dezembro”, revela, Unai.

Na visão dele boa parte da população acha que a pandemia já acabou. “Temos que fazer cada movimento com muito cuidado. Acho que agora não vejo essa flexibilização como uma atitude prudente”, conclui. 

Edição: Aline Diniz
Camila Saraiva[email protected]

Jornalista formada pela PUC-Minas em 2015. Pós-graduada em Jornalismo em Ambientes Digitais pelo Centro Universitário UniBH em 2019.

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