Depois de quatro semanas com a taxa de contágio do coronavírus estável em Belo Horizonte, a cidade vem registrando um aumento no índice nesta semana. Desde o dia 1° de outubro, o número médio de transmissão por infectado (RT) vem subindo, chegando a 1,06 ontem (7).
Em entrevista ao BHAZ, o médico infectologista que integra o comitê de Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da prefeitura, Unaí Tupinambás, expôs sua grande preocupação com a situação na cidade. “A gente está muito preocupado com o RT [taxa de transmissão]. Considerando que os bares e restaurantes reabriram no dia 4 de setembro, pode ser um reflexo disso. Felizmente ainda não impacta nas internações”, explicou.
De acordo com o último boletim epidemiológico da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), as ocupações de leitos de UTI e de enfermaria se mantiveram no nível verde, com 37,5% e 34% respectivamente.
Em relação a possibilidade de reabrir espaços culturais e de entretenimento, o infectologista foi enfático. “Reabrir museus e galerias de arte pode ter pouco impacto porque você consegue controlar a entrada. Mas cinema nesse momento não dá para abrir”, esclareceu (relembre a flexibilização aqui).
Natal fechado?
Os protocolos de reabertura da cidade seguem três índices de monitoramento: taxa de transmissão por infectado, ocupação de leitos de UTI e ocupação de leitos de enfermaria. De acordo com a prefeitura, índices baixos criam condições para a evolução da flexibilização e, na outra ponta, caso os indicadores mostrem números negativos, existe a possibilidade de retorno às fases anteriores (saiba mais aqui).
Caso o RT continue subindo, mesmo que os índices de ocupação de leitos permaneçam no nível verde, a cidade pode recuar nas flexibilizações. “Se o RT chega a 2, mas os outros índices verdes, mostra que, em duas semanas, tudo pode estar no vermelho. A taxa de transmissão pode mostrar o rápido o avanço da pandemia”, alerta Unaí.
“A grande maioria da população de BH e no mundo inteiro ainda é suscetível à infecção. Está muito tenso. Não sabemos o que vai acontecer daqui a um mês. Temos medo de tomar uma medida drástica no final do ano. A gente pede muito para população fazer a parte dela se não vamos colocar tudo a perder. As pessoas têm que entender que a pandemia ainda não acabou”, reforçou o médico.