O caso do homem que esfaqueou a irmã e fez dois sobrinhos reféns hoje (14), dentro de casa em Igarapé, na região metropolitana de BH, foi encerrado depois de quase quatro horas de negociações. As crianças, uma menina de 11 anos e um garoto, 4, foram resgatadas sem ferimentos, mas a mãe, que estava grávida de quatro meses, morreu a caminho do hospital. O homem foi preso.
De acordo com a PM, as equipes foram acionadas por volta das 13h, com a informação de que uma mulher havia sido esfaqueada e, logo em seguida, outra ligação dava conta de que o autor era o irmão dela. “A alegação dele no momento em que nós chegamos, cerca de oito minutos depois, era de que ela havia colocado droga na bebida dele. Foi só o que ele falou”, explicou o tenente-coronel Carlos Eduardo Caetano Itabirano, em entrevista coletiva no fim da tarde.
Os militares ainda não sabem exatamente como foi a dinâmica do crime – se o homem chegou em casa alterado ou se algum problema pontual levou ao ataque contra a irmã -, já que a única coisa que ele disse nas negociações foi que ela havia colocado droga na água que ele bebia. A mulher chegou a ser socorrida por populares e levada a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) local, mas não resistiu.
Tarde de ameaças
Ainda segundo o tenente-coronel, as negociações, que se estenderam pela tarde, foram muito delicadas, já que o homem a todo tempo ameaçava jogar o sobrinho mais novo pela janela. “Por ser menor, por ser mais leve, ele conseguia erguer o garoto e colocar pra fora da janela. E a gente naquele trabalho de acalmá-lo para que ele não fizesse essa bobagem”, lembra.
O vídeo abaixo, publicado pela página Igarapé Livre, mostra uma das ocasiões em que o homem coloca o sobrinho para fora da janela. Nas imagens, é possível ver vários moradores curiosos com a situação, enquanto o menino grita e se desespera.
Pouco depois da chegada da polícia, uma equipe do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) também chegou ao local e tomou a frente das negociações, que terminaram quase quatro horas depois, com as duas crianças liberadas.
O tenente-coronel Itabirano explica que foi justamente o cuidado com as crianças que norteou todo o processo. “[Passamos] o tempo todo negociando, porque ele estava na janela. Visando preservar a integridade das crianças, a gente faz aquela negociação bem controladinha ali, para que ele não fizesse uma besteira”, afirma. Sobre o desfecho, o sentimento é dividido: “No que diz respeito às crianças foi favorável. Infelizmente, a mãe das crianças veio a falecer”.