O que era para ser uma comodidade quase terminou em tragédia na casa de um morador do bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, neste sábado (1º). Um robô aspirador de pó, que se tornou um queridinho das residências e objeto de desejo, explodiu enquanto recarregava a bateria e começou a pegar fogo durante madrugada.
Tudo aconteceu na casa do analista de sistemas, Daniel Pedrosa, 37 anos. Ele estava dormindo ao lado da esposa e seu filho de quatro anos quando a explosão ocorreu. Ao BHAZ, ele conta que se assustou com o barulho e, de acordo com ele, por pouco, quase a situação foi ignorada.
“Eu ouvi um estrondo e achei que era na rua. É comum esse tipo de barulho aqui no bairro durante a noite ou madrugada. Portanto, eu pensei em continuar dormindo. Eu digo que foi Deus que mandou eu levantar para ver o que era, pois ainda não era minha hora”, relata. Dessa forma, ao chegar na sala para verificar o barulho, ele se assustou com a gravidade da situação. “Havia uma fumaça densa e uma labareda de fogo em cima do robô” conta.
Após se dar conta de situação, imediatamente, Daniel precisou agir para evitar uma tragédia. “Eu mantive a calma para botar a cabeça para funcionar. A primeira coisa que eu fiz foi desligar o disjuntor da sala. Logo após, peguei uma toalha de banho, molhei e joguei em cima do robô aspirador de pó. Então, o fogo acabou”, conta. “Foi um susto muito grande”, acrescenta.
‘Poderia ser uma tragédia’
Logo depois do ocorrido, ele utilizou o grupo de moradores do bairro para fazer um alerta quanto aos aparelhos. “Já vimos muitas notícias disso acontecer com bateria de celular, mas, a gente nunca imagina que vai acontecer com a gente”, conta
O analista conta que, apesar do susto, não teve prejuízos além do robô aspirador de pó. No entanto, o aconteceido tirou-lhe uma noite de sono. “Meu filho de quatro anos nem acordou. Eu e minha esposa ficamos assustados e não conseguimos dormir. Logo depois da confusão, estávamos pensando, e se eu não tivesse levantado? Porque se eu não tivesse visto, poderia ser uma tragédia. Foi Deus que me fez levantar, pois, geralmente não levanto com o barulho”,
‘Perdi a confiança’
Após o ocorrido, Daniel conta que perdeu a confiança no equipamento. “Tenho o robô aspirador desde o ano passado. Trata-se de um aparelho muito bom, gostava dele demais, mas me colocou em uma situação que nunca imaginei passar. Tanto que nunca tive esse cuidado de desligar ele da tomada, pois tinha autonomia bacana. Desde que comprei, não tive problemas, por isso, não fazia sentido desligar da tomada. Hoje, a gente vê que é perigoso, não dá para brincar”, conta.
Entretanto, apesar de gostar do aparelho e de toda comodidade que ele traz, Daniel conta que não pretende adquirir outro. “Meu aparelho é de fora, comprei no AliExpress, eu tinha três anos de garantia. Já mandei uma mensagem para o fabricante, até para eles saberem o que ocorreu. Mas, não tenho mais confiança na marca, não me interessa um conserto ou aparelho um aparelho novo.”, diz.
“Quero saber é se vão devolver meu dinheiro. Se devolver, bem, senão amém. Apesar disso, fica a lição apreendida. Não tenho interesse e coragem de deixar outro desse ligado em casa. Gostei muito, a inovação é legal, mas esse negócio da bateria assustou”, acrescenta.
Cuidados
Apesar de parecer simples, aparelhos eletrônicos precisam de cuidados quanto à recarga de bateria. De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, esse tipo de ocorrência acontece com frequência envolvendo celulares. No caso do robô aspirador, ainda é algo raro.
“É uma situação que acontece, embora seja incomum. No caso dos celulares, quando carregadores não originais são utilizados, costumam surgir problemas de superaquecimento. Os carregadores de celular tem uma questão da voltagem e amperagem. Quando você pega um carregador de amperagem diferente do celular ou aparelho eletrônico, pode provocar o superaquecimento do equipamento, principalmente aqueles que não tem uma procedência muito boa”, explica o tenente.
O bombeiro conta ainda que ficou surpreso com a ocorrência. “Olha, nós estamos acostumados com esse tipo de ocorrência envolvendo aparelhos celulares. Outra coisa comum é o curto circuito com outros aparelhos elétricos como chuveiro, ferro, secadores, fornos etc. Agora, envolvendo um robô aspirador de pó, é a primeira ocorrência que se tem notícia em BH”, acrescenta.
Como agir
O bombeiro elogiou a ação de Daniel e explicou como proceder em casos semelhantes, quando aparelhos domésticos começar a pegar fogo. Primeiramente, é preciso manter a calma e tentar controlar a situação. Se não for possível, os bombeiros devem ser acionados por meio do 193.
“Ele agiu corretamente. Em casos semelhantes, é preciso ir até o quadro de energia e desligar tudo, pois a energia pode piorar a situação no caso de um curto-circuito. Dependendo do tipo de incêndio, ele pode acabar porque está sendo alimentado pela eletricidade”, sugere Aihara.
Ele também recomenda o uso de extintores ou uma toalha molhada, como fez Daniel. “Alguns prédios contam com extintores recomendados para esses casos. Se não houver, a extinção pode ser feita por meio de abafamento. Molhe uma toalha e jogue em cima do aparelho. No caso de incêndio pequenos, pode fazer a aplicação de água, desde que seja com a quantidade controlada e com a energia desligada”, explica.
“É importante manter a distância do foco de incêndio e a ventilação do local. Outra dica é afastar os objetos próximos, pois, muita das vezes, o fogo se alastra ao atingir cortinas, cama etc. Se a situação sair do controle, saia de perto e acione os bombeiros”, finaliza.
