Comércio no Natal em risco após taxa da Covid subir para amarelo em BH

comércio de BH
Nível de alerta deixa infectologista preocupado com o comércio em dezembro (Amanda Dias/BHAZ)

Depois de alguns dias com a taxa de transmissão do coronavírus estabilizada abaixo de 1, o fator RT – como essa taxa é chamada – voltou a subir em Belo Horizonte. O índice chegou a 0,91 na última sexta (30) e agora alcançou 1,01 no boletim epidemiológico mais recente, dessa terça-feira (3). Dessa forma, a capital mineira está mais uma vez no nível amarelo no número médio de transmissão por infectado – e coloca em risco a abertura do comércio durante as festas de fim de ano (Natal e Réveillon).

A causa desse aumento é o reflexo do feriado da Nossa Senhora de Aparecida, que proporciona a conhecida Semana do Saco Cheio em outubro. “Os feriados tiveram impactos para esse aumento e o de Finados pode refletir depois da segunda quinzena de novembro. Tudo o que a gente não quer é ter que fechar o comércio no fim do ano, a gente tá com medo, sim. Não dá para descartar a fase 0 em dezembro”, explica ao BHAZ Unaí Tupinambás, infectologista do comitê de enfrentamento da Covid-19 em BH.

O médico reforça o apelo à população para não deixar de ter os cuidados essenciais – como lavar as mãos, usar máscara facial sempre e evitar aglomeração desnecessárias. “O problema nem é o RT, é a população estar cansada. Estamos vendo aglomerações desnecessárias e muita gente ainda está suscetível a infecção do vírus. Temos receio que possa sair do controle sim, ficamos com essa preocupação de que venha a subir”, explica.

Belo Horizonte encarou quase dois meses com várias etapas de flexibilização e novos protocolos, que começou com a reabertura dos bares e restaurantes e a mais recente liberou cinemas e shows. Nesse período, a taxa de ocupação dos leitos de UTI e enfermaria para Covid-19 se manteve baixa, na cidade, segundo Unaí.

“O RT fica oscilando entre 1 e abaixo de 1. O vírus continua circulando, claro que de forma menos intensa do que em julho. A média móvel de mortes está diminuindo, estamos com duas por dia, em agosto eram 20. As pessoas precisam entender que manter os protocolos ajuda na manutenção de taxas baixas”, reforça.

Segunda onda?

Com esse novo aumento em BH e o contexto de uma nova onda e novas fases de isolamento em alguns países da Europa, muita gente pode ficar assustada e esperar um pico de casos na capital mineira. Mas, segundo Unaí, o cenário brasileiro é diferente do europeu nessa pandemia.

“É difícil falar em onda, porque na Europa houve uma queda brusca. Ao final da primeira onda, o número de casos quase zerou. No Brasil, a gente não vê isso, os números de caso se mantiveram bem altos”, compara o infectologista.

Reprodução/PBH

No entanto, a população deve continuar tomando todos os cuidados já que ainda é possível enfrentar um novo pico de casos em BH. “Pode acontecer de subir, ter um aumento intenso que impacta na ocupação dos hospitais. Não sabemos se vai ser no fim do ano, mas muito provavelmente será em março, abril, por causa do tempo mais frio que faz com que as pessoas fiquem mais tempo em ambientes fechados”, analisa.

Edição: Thiago Ricci
Camila Saraiva[email protected]

Jornalista formada pela PUC-Minas em 2015. Pós-graduada em Jornalismo em Ambientes Digitais pelo Centro Universitário UniBH em 2019.

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