Esmeralda e ‘pompons’: Insetos diferentões intrigam moradores de BH

besouros variados invadem casas
Insetos são comuns com a chegada da primavera (Reprodução/Twitter + Arquivo Pessoal/Raíssa Pena)

Que 2020 tem sido um ano fora do normal todo mundo já percebeu. E vez ou outra, algo novo aparece para surpreender ainda mais. Agora, o surgimento de insetos “estranhos” é o que tem intrigado moradores de Belo Horizonte e de outras cidades brasileiras. Seja pelas cores, ou formatos, os bichinhos chamam atenção e intrigam pessoas ao redor do país. Mas, afinal, o que eles realmente são? Podem passar doenças? Vem descobrir!

Antenas gigantescas, várias patas, tamanhos, cores e formatos diferentes – e pompons felpudos. Eles podem até assustar. Mas, apesar da aparência diferente, não passam de besouros. Diferentemente dos que invadem casas e fazem bastante barulho ao voar, os insetos avistados ao longo dos últimos dias são de espécies diversas e mais comuns do que alguns imaginam.

A bióloga Daniela Fernanda dos Santos explica, ao BHAZ, que os besouros são insetos comuns da primavera. Segundo ela, as aparições mais constantes podem estar relacionadas ao isolamento social. Como estamos mais em casa, passamos a reparar mais na diversidade de insetos.

“A primavera e verão são as estações do ano em que os insetos mais proliferam, o metabolismo deles são acelerados pelas temperaturas elevadas, e as chuvas contribuem para os deslocamentos”, explica a especialista. Por isso, é comum que esses insetos se desloquem até as nossas casas, procurando se abrigarem da chuva.

Eles transmitem doenças?

A bióloga Daniela ressalta que tais insetos “não possuem registros de serem transmissores de doenças”. Entretanto, muitos moradores, geralmente, ficam com medo e preferem manter distância.

Besouro com “pompons”

Esse besouro, especificamente, chama a atenção por uma característica peculiar em suas patinhas. Esses “pomponzinhos”, que podem parecer bem fofos, são o esqueleto desse tipo de inseto. “O esqueleto dos besouros é externo e formado de quitina, assim como esses pelinhos em suas patas”, informa Daniela. Segundo a bióloga, a quitina é um carboidrato com função estrutural que ajuda a construir o esqueleto do besouro.

(Raíssa Pena/Arquivo Pessoal)

Já outros besouros chamam a atenção pelo tamanho e, assim como os demais, não fazem mal para a saúde humana.

Inseto
(Thiago Ricci/BHAZ)

Professor de Ecologia da UFMG, Geraldo Fernandes diz os besouros são da família Cerambicydae. “Geralmente atacam madeira podre, em decomposição. As madeiras estão úmidas por causa das chuvas, e eles emergem dessas madeiras. A larva vira uma pupa, e a pupa eclode esses bichos que saem para poder acasalar e encontrar novas madeiras podres”, explica.

Fernandes ainda explica que os insetos exercem um papel muito importante para nós. “Eles consomem esse tanto de madeira podre que existe no mundo, das árvores que vão morrendo e que vão caindo”. O especialista acrescenta que, se não fossem esses besouros, “os nutrientes não entrariam em circulação direito, o papel deles na natureza é fenomenal”.

Besouro “esmeralda”

Esta espécie faz parte daquelas que surpreendem pela beleza. O corpo metalizado deste inseto chama a atenção pelas cores. “Não sei porque, mas eu quero guardar num potinho”, escreveu uma internauta ao postar fotos do inseto. Ao contrário dos outros besouros, este não deve ser incomodado. É que, segundo Daniela, eles “emitem substancias irritantes, por isso é bom mantê-los longe e não mexer com eles”.

O inseto, da espécie Eulissus chalybaeus, é predominantemente predador, mas de um modo geral a alimentação dele é bem variada, explica a bióloga Daniela Fernanda dos Santos. Ele pode se alimentar de outros bichos mortos e matéria orgânica. Porém, não deixe de ter atenção redobrada com ele! Veja as fotos compartilhadas pela internauta:

Edição: Roberth Costa
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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