O suspeito de cometer feminicídio contra a namorada em Divinópolis foi preso pela Polícia Civil de Minas Gerais, na última quinta-feira (29). O homem, de 26 anos, apresentou-se na delegacia. A prisão se deu pelo cumprimento de um mandado de prisão temporária contra ele.
A delegada Maria Gorete Rios informou que, logo depois do crime, a Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um inquérito com mandado de prisão. “Nossa equipe foi informada pela Polícia Militar de que o suspeito teria evadido para uma casa em Pedro Leopoldo, onde trocou de roupa e deixou para trás a camisa usada na hora do crime”, contou a delegada. Ela ainda disse que “a camisa foi apreendida e encaminhada para perícia criminal”.
Maria Gorete Rios disse que uma faca foi encontrada em um terreno em Divinópolis, durante a execução das investigações. De acordo com ela, o objeto também passará pela perícia técnica. Quando questionado sobre os fatos, o suspeito exerceu seu direito de permanecer em silêncio. Ele foi encaminhado ao sistema prisional e continua à disposição da Justiça.
Sobre o crime
O feminicídio aconteceu no dia 10 de Outubro, no meio de uma das ruas do bairro Niterói, na cidade de Divinópolis. O crime causou grande repercussão na cidade, e o suspeito já tinha histórico de atacar violentamente outras mulheres. A vítima, de 35 anos, foi atingida com vários golpes de faca, um no ombro e três no pescoço. Ela chegou a ser socorrida pelo Samu, mas não resistiu e faleceu no local do crime.
De acordo com as apurações feitas pela Polícia Civil, a motivação do feminicídio está ligada a desentendimentos que o casal tinha. Na época, parentes da vítima disseram que o homem era violento com ela. Conforme seu histórico de violências contra mulheres, o investigado já agrediu duas ex-namoradas. Além disso, já ameaçou com uma faca a filha de uma mulher com quem se envolveu.
O crime havia ocorrido em frente a um bar, por volta das 22h. Segundo apuração da polícia, a vítima estava indo dormir quando começou a receber insistentes ligações do namorado. Então, a mulher resolveu atender a uma das ligações, e foi encontrada morta minutos depois. No celular dela, identificaram duas chamadas com o nome do investigado um pouco antes do crime acontecer.
Denuncie!
Especialistas ouvidas pelo BHAZ são unânimes ao afirmar que é essencial que a mulher procure ajuda quando sofre algum tipo de violência. Na capital mineira, além da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, existem ao menos outras três instituições que atendem esse público: Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher), da Defensoria Pública; Casa Benvinda, da Prefeitura de Belo Horizonte; e Casa de Referência Tina Martins, do chamado terceiro setor, sem vínculo governamental (veja mais informações abaixo).
“É muito importante que a vítima procure o profissional de sua confiança: advogado ou defensoria pública, órgãos de proteção… Para que aquilo não exploda de vez. Vai sofrendo, vai sofrendo ameaça, pressão psicológica, são agredidas moral e psicologicamente dentro de casa. Vai aguentando por causa dos filhos… Na hora que algo explode, pode até mesmo ser fatal”, orienta a conselheira seccional da OAB Minas, Camila Félix, também professora de Direito Penal e advogada.
- Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
- Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
- Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
- Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380