O apagão que atingiu 13 dos 16 municípios do Amapá entra no 4º dia nesta sexta-feira (6). O início do problema está ligado a um incêndio em uma subestação elétrica, na terça-feira. A falta de energia elétrica está afetando até mesmo serviços essenciais e deixa 89% da população do estado no escuro. O Amapá, por meio de geradores, manteve a energia em hospitais e presídios.
Apesar de ter sido instituído um gabinete de crise pelo ministério de Minas e Energia, a situação pode levar até 15 dias para ser normalizada. “Estamos adotando outras ações para trazer geradores para o Estado do Amapá afim de servirem como segurança para o fornecimento de energia e também atender locais especiais, principalmente naquilo que o Estado achar prioritário”, explicou o ministro, Bento Albuquerque.
Entenda o caso
Durante uma chuva forte na terça-feira (6), um raio atingiu a subestação da empresa Isolux, contratada pela União e que atende ao SNI (Sistema Interligado Nacional). Em seguida, um incêndio de grandes proporções atingiu a área. O sistema é responsável pela transmissão de energia elétrica em praticamente todo o estado.
Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o incêndio provocou um desligamento automático de linhas de transmissão na região, assim como das usinas hidrelétricas Coaracy Nunes e Ferreira Gomes. A situação causou uma interrupção de 250 MW de carga, afetando o fornecimento de 13 dos 16 municípios. O problema só não afeta os municípios de Oiapoque, Laranjal do Jari e Vitória do Jari.
Caos
A prefeitura da capital do estado, Macapá, decretou estado de calamidade pública nessa quinta-feira (5). A falta de energia prejudica o abastecimento de água e os serviços de internet e telefonia, que segundo relatos de moradores nas redes sociais, não estão funcionando na maioria dos locais. A população relata que as filas em supermercados estão chegando a 1 km.
Amapá sem energia, água e telefone.
— Janaina ???⚘?↩? (@JanainahAraujo) November 6, 2020
Os geradores dos dois Hospitais Públicos de atendimento à população em Macapá já apresentaram problemas.
Sem energia não é possível abastecer o carro.
Sem energia não é possível pagar compras.#AmapaPedeSocorro pic.twitter.com/dsL4tcwBTp
Com a falta de água encanada em alguns locais, a busca por água mineral também agravou a situação da população local. Sem os serviços de internet e telefonia, sistemas bancários, como máquinas de cartão ou caixas eletrônicos também não funcionam, impossibilitando as compras.
Plano do governo
A primeira solução, que está sendo adotada no estado é o conserto do transformador atingido no incêndio. Assim, o governo prevê que 60% a 70% da carga de energia será restabelecida nos locais atingidos. Não há previsão para a conclusão dessa operação, mas o aparelho já está passando por testes para ser religado.
Para que 100% da energia seja restabelecida, o governo prevê um prazo de 15 dias. Esse é o tempo para que um novo transformador chegue ao local e seja devidamente instalado. O aparelho virá do sul do estado, de outra subestação, enquanto o sistema que foi atingido pelo incêndio fica ao norte do Amapá.
Um terceiro transformador está a caminho da subestação, vindo de Boa Vista, em Roraima. Esse aparelho serviria como uma reserva para garantir a segurança do estado, mas o processo para que ele entre em funcionamento deve levar 30 dias, de acordo com o governo do Macapá.
