Expositores da Feira Hippie não estão satisfeitos com a disposição das barracas na Afonso Pena e com o fato de o setor alimentício ter sido retirado da avenida. De acordo com representante da categoria, com o layout implantado pela PBH, alguns comerciantes ficam virados para o passeio, reduzindo as vendas e criando conflitos. Uma manifestação está marcada para hoje (12), às 14h30, em frente à Prefeitura.
Ao BHAZ, Rafael Mendonça da Silva, feirante e membro do movimento 100% Feira, disse que a nova disposição das barracas, por conta da pandemia, tem gerado problemas entre os expositores. “As barracas estão divididas em grupos de quatro barracas: duas viradas para o passeio e duas para a rua. As que ficam viradas para o passeio não vendem mais, porque ninguém passa mais por lá”, explica.
Com isso, ele relata a maioria dos feirantes colocou as barracas em fila indiana, uma colada na outra. “Não tem mais distanciamento, está tudo emendado uma na outra. Aí começaram a surgir brigas, está tendo muita violência. No domingo passado teve até polícia, porque um feirante brigou com o outro, bateu com barra de ferro. Temos medo que possa até acabar em tragédia um dia”, continua.
Além disso, outro fator preocupante é o crescente número de roubos. “Tem acontecido muito. O feirante vai na parte da frente da barraca para atender a um cliente, enquanto os ladrões aparecem na parte de trás para cometer os delitos. Antes, um feirante ajudava o outro, mas agora está mais complicado por conta da disposição das barracas”.
Setor alimentício
Rafael também comenta sobre o setor de alimentação, que foi levado entre a Álvares Cabral com Espírito Santo. “São 23 barracas, e agora estão em um local muito estreito, gerando aglomeração. Daqui a pouco a própria prefeitura vai lá querer fechar tudo, por um problema que eles mesmos criaram”, continua.
O representante do movimento diz que entende que estamos em uma pandemia, mas que a situação precisa melhorar. “Nossa sugestão é que criem mais um corredor de barracas na Afonso Pena. Dessa forma, ainda dá para manter os distanciamento social, e ajuda na situação dos feirantes. Parece que eles [a prefeitura] não querem resolver o problema durante as eleições, e aí depois vão vir multando todo mundo. Precisamos de diálogo e solução agora”, completa.
O BHAZ questionou a prefeitura de BH sobre as demandas dos feirantes. Por meio de nota (leia abaixo na íntegra), a PBH disse que para autorizar a volta da feira, o órgão “priorizou os protocolos para garantir a segurança sanitária, tanto dos expositores quanto dos usuários. Para isso, foi necessário segregar o setor de alimentação, uma vez que pessoas precisam retirar a máscara para o consumo de comida e bebida, aumentando o risco de contaminação”. Ainda, segundo a PBH, a localização foi escolhida pelos expositores e não mudará “enquanto durar a pandemia”.
Nota da PBH
“Para autorizar a volta da Feira da Afonso Pena, a Prefeitura de Belo Horizonte priorizou os protocolos para garantir a segurança sanitária, tanto dos expositores quanto dos usuários. Para isso, foi necessário segregar o setor de alimentação, uma vez que pessoas precisam retirar a máscara para o consumo de comida e bebida, aumentando o risco de contaminação.
A PBH salienta ainda que alterou a localização atendendo a indicação escolhida pelo próprio grupo de expositores e enquanto durar a pandemia, essa condição deverá vigorar”.