Generais dizem que Bolsonaro é ‘arrogante’ e mandam ‘parar de show’

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Generais Paulo Chagas e Santos Cruz não pouparam críticas a Bolsonaro (Reprodução/Facebook + Caroline Antunes/PR + Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Generais ex-aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) iniciaram ataques contra o chefe do Executivo após falas destemperadas dele. Sem nominar Bolsonaro, os generais Santos Cruz e Paulo Chagas pediram para que ele parasse de “show”, além de chamá-lo de “arrogante” e “fanfarrão”, nessa quinta-feira (12).

“CANSADO DE SHOW. O Brasil não é um país de maricas. É tolerante demais com a desigualdade social, corrupção, privilégios. Votou contra extremismos e corrupção. Votou por equilíbrio e união. Precisa de seriedade e não de show, espetáculo, embuste, fanfarronice e desrespeito”, disse o general Santos Cruz pelo Twitter.

Já o general Paulo Chagas disse que há muito tempo deixou de dar atenção a “pronunciamentos de fanfarrões, às suas ameaças absurdas e à exposição do seu despreparo e falta de maturidade. Cabe-nos convidá-los a deixar a retórica dos discursos sem lógica e vir para o octógono da realidade provar o escopo da sua arrogância”.

Os tuítes dos dois generais foram publicados com diferença de pouco mais de uma hora. As mensagens foram postadas após ameaça do presidente de demitir o autor da proposta de expropriar propriedades rurais e urbanas das pessoas que tenham cometido crimes ambientais. A proposta é discutida no Conselho da Amazônia, comandada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão. O presidente disse que quem no governo defenda isso só não seria demitido se “fosse indemissível”.

‘País de maricas’

O presidente Jair Bolsonaro disse nessa terça-feira (10) que “já passou da hora de retomar os setores da economia” e que o Brasil tem que deixar de ser “um país de maricas”. Além da referência homofóbica, o presidente ironizou o trabalho da imprensa e disse que as notícias de segunda onda da pandemia em outros países servem apenas para “alarmar a população”.

“Tudo agora é pandemia. Tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas, pô. Olha que prato cheio para a imprensa, para a urubuzada que está ali atrás. Temos que lutar. Peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa? A geração hoje em dia é toddynho, nutella, zap. É uma realidade”, falou.

“E agora já começa a amedrontar o povo brasileiro com uma segunda onda. Tem que enfrentar, pô. É a vida. Tem que enfrentar. E digo mais: como chefe de Estado, eu tenho que tomar decisões que não me deixaram tomar. Não sei por que cargas d’água. E nós temos que decidir, e decidindo podemos acertar. Não decidindo, já erramos”, disse o presidente.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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