CEO do Carrefour fala em horário nobre sobre caso de assassinato racista

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CEO do Carrefour Brasil se pronunciou em comunicado no horário nobre da TV (Reprodução/Twitter + Divulgação/Carrefour)

Noel Prioux, CEO do Carrefour Brasil, se pronunciou por meio de comunicado divulgado na noite de ontem (21), em horário nobre da TV aberta. Em espaço pago durante intervalo do Jornal Nacional, na Globo, as lideranças da rede de supermercados lamentaram o assassinato de Beto Freitas, ao que chamaram de “tragédia de dimensões incalculáveis”.

O CEO falou sobre a morte de Beto Freitas, agredido por dois seguranças em uma unidade do supermercado em Porto Alegre (RS), na noite da última quinta-feira (19). “É por isso que assumimos hoje o compromisso de ajudar a combater o racismo estrutural”, disse Noel durante o comunicado.

“O que aconteceu na loja do Carrefour foi uma tragédia de dimensões incalculáveis, cuja extensão está além da minha compreensão como homem branco e privilegiado que sou. Antes de tudo, meus sentimentos à família de João Alberto. E meu pedido de desculpas aos nossos clientes, à sociedade e a nossos colaboradores”, seguiu com o comunicado.

O vice-presidente de Recursos Humanos do Carrefour, João Senise, também se pronuncia no vídeo, afirmando que mais da metade dos funcionários do Carrefour Brasil são negros ou negras, mas avaliou que mais ações de diversidade são necessárias.

Outros casos

Em 14 de agosto deste ano, um funcionário de uma empresa terceirizada teve um infarto e morreu dentro da loja. O corpo foi coberto por guarda-sóis, caixas de papelão e engradados de cervejas enquanto a loja seguia funcionando normalmente.

Moisés morreu em decorrência de um mal súbito, por volta de 7h30 da manhã e ficou no local até 11h. O estabelecimento estava cheio de clientes, que viram o corpo. Após a espera, o IML (Instituto Médico Legal) foi ao local para a retirada do cadáver.

Carrefour chegou a afirmar que mudaria protocolos após o ocorrido (Reprodução/@planteumaneydeoficial/Instagram)

Pelas redes sociais, a ativista ambiental Luísa Mel se indignou e disse: “Vcs prometeram um treinamento para a equipe de segurança. Pelo visto, n entenderam o básico. O respeito a vida. @carrefourbrasil precisamos mais do que notas de repúdio. Sociedade brasileira precisamos mais do que # e telas pretas. Precisamos de ação, é tempo de despertar”.

Luísa Mell também se refere ao caso da morte da cadela Manchinha, em 2018, que fez o Carrefour se tornar alvo de protestos e críticas nas redes sociais. Manchinha vivia no estacionamento de uma loja da rede em Osasco-SP havia alguns dias e era alimentada por funcionários.

Em 28 de novembro, ela foi golpeada por um segurança terceirizado, que afirmou ter sido orientado a retirar a cadela do local, mas que não tinha a intenção de machucá-la.

Cachorro foi agredido por segurança do Carrefour e morreu por falta de socorro (Reprodução/Twitter)
Edição: Roberth Costa
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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