Mulher morre após cair de cobertura do namorado durante festa em BH

Hilma Balsamão de Morais
Hilma morreu na última sexta-feira após cair de cobertura (Reprodução/@hilma.bmorais/Facebook)

A família de Hilma Balsamão de Morais, de 38 anos, cobra respostas pela morte da ente ocorrida na última sexta-feira (20), no bairro Castelo, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A administradora de imóveis caiu da varanda da cobertura de um prédio onde o namorado mora. No momento acontecia uma festa no imóvel. A ocorrência foi registrada como suicídio, no entanto, familiares afirmam que a vítima “nunca faria isso”.

“Estamos em busca de respostas. Não sabemos o que de fato aconteceu. Esta possibilidade de suicídio não existe. Minha irmã nunca faria isso. Ela era uma pessoa extremamente alegre e que tinha preocupação com ela, com a filha [de 16 anos] e com a família”, conta Mauro Filho, irmão da vítima, ao BHAZ. Hilma tinha um relacionamento com o dono do imóvel e, segundo vizinhos, o casal discutia com frequência.

“Eles estavam juntos há sete meses. Não sei dizer se tinham muitas brigas, mas os vizinhos nos falaram que brigavam constantemente”. Mauro diz não conhecer o namorado da irmã, pois estava acompanhando a mãe em um tratamento de câncer e precisou se “isolar” da família. “Eu não o conheço. Hilma já fez ligação de vídeo da casa dele para mim, mas pessoalmente nunca estive”.

Discussões e queda

Hilma caiu do 5º andar do prédio e foi encontrada na área privativa do apartamento de um dos moradores que chamou a polícia. Segundo o solicitante, a vítima estava com ferimentos na cabeça e em outras partes do corpo, além de não apresentar sinais vitais. Em conversa com os militares, o namorado da vítima disse que eles tiveram uma discussão após ele se negar a ter um “relacionamento afetivo” com a companheira.

Na versão dele, a discussão prosseguiu depois que ela jogou uma garrafa de bebida no chão. Conforme registrado na ocorrência, o homem pediu para que o filho gravasse a briga, momento em que Hilma teria pegado o celular do rapaz e também jogado no chão. O homem afirmou que havia ingerido bebida alcoólica com a namorada, mas negou uso de drogas.

O filho do namorado de Hilma contou aos militares que a mulher se jogou da sacada da cobertura após ter tirado o celular das mãos dele para impedir a gravação da discussão.

Morte ‘brutal’

No apartamento onde o fato aconteceu havia outras pessoas, no entanto, elas não passaram detalhes do ocorrido. Apenas uma, conforme o registro da ocorrência, contou ter visto o casal discutindo e que ouviu o “barulho de algo caindo no chão”. Mauro afirma não acreditar na hipótese que a irmã tenha se suicidado devido aos ferimentos presentes no corpo.

“Eu que fiz o reconhecimento do corpo no IML (Instituto Médico Legal). Ela morreu de forma brutal. Uma pessoa que cai do 5º andar machuca bastante, mas o que vi era algo chocante. Não desejo para nenhum ser humano ver uma cena dessas. Nunca mais eu vou esquecer”, relembra.

Conforme conta Mauro, Hilma deu entrada no IML como “indigente”. “O síndico do prédio explicou que, quando o rabecão chegou, não tinha ninguém no imóvel, nem mesmo o namorado dela. Por conta disso, tive que ir até lá, provar que sou irmão dela e que o corpo era da minha familiar. Foi um sofrimento duplo”.

Mauro e toda a família pedem “investigação rigorosa” para que seja descoberto o que aconteceu naquela noite de sexta. “Acreditamos no trabalho da Polícia Civil. Queremos saber a verdade e se for necessário vamos à Justiça futuramente”.

Procurada pelo BHAZ, a Polícia Civil informou que a perícia esteve no imóvel e “fez os primeiros levantamentos”. “As investigações estão em andamento e outras informações serão divulgadas em momento oportuno”, esclareceu a corporação por nota (leia na íntegra abaixo).

Planos

A morte de Hilma interrompeu uma série de planos que a administradora de imóveis havia feito, conforme conta o irmão. “Em dezembro ela ia realizar uma viagem com a filha, estava com uma cirurgia plástica aprovada para os próximos meses. Hilma estava bem de saúde, bem profissionalmente e financeiramente. Ela amava a filha”, conclui.

O BHAZ ligou sete vezes, por volta das 12h30 de hoje, para telefones atribuídos ao dono do imóvel. Como não obteve sucesso e a investigação ainda está em andamento, o nome dele será preservado. Tão logo o homem responda às demandas da reportagem, este texto será atualizado.

Nota da Polícia Civil na íntegra

“A Polícia Civil de Minas Gerais informa que a perícia compareceu ao local e fez os primeiros levantamentos. As investigações estão em andamento e outras informações serão divulgadas em momento oportuno”.

Edição: Thiago Ricci
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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