O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chamou o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), de “ditador” ao comentar uma declaração do chefe do Executivo municipal sobre um possível fechamento do comércio na capital mineira. A fala de Kalil aconteceu durante entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, nessa segunda-feira (30). No programa, o prefeito fez críticas ao pai de Eduardo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Se estão achando que a doença acabou, eu fecho tudo de novo. E disse em alto e bom som numa entrevista coletiva: se quando eu precisava do voto eu fechei, imagina agora que eu não preciso. Então ninguém duvide que eu vou fazer [um novo fechamento]”, disse Kalil ao ser perguntado sobre a pandemia na cidade e seus possíveis reflexos. BH tem, conforme o último Boletim Epidemiológico e Assistencial, 54.413 casos confirmados e 1.650 mortes por Covid-19.
A declaração do mandatário da capital não agradou o deputado Eduardo Bolsonaro. Em uma postagem no Twitter, na manhã de hoje (1º), ele postou trecho da entrevista com os dizeres: “Parabéns BH pela reeleição deste belo projeto de ditador, ou melhor prefeito”. A publicação do filho do presidente Bolsonaro já havia ultrapassado, até às 10h, 87 mil visualizações.
Parabéns BH, pela reeleição deste belo projeto de ditador, ou melhor, prefeito. pic.twitter.com/2U6RuTq2LY
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) December 1, 2020
Repercussão
Nos comentários da postagem internautas se dividiram entre apoio e críticas ao deputado. “Bateu o medo do Alexandre Kalil aí, foi? Sim, foi eleito em primeiro turno com 60% de votos válidos, com grande aprovação da população daqui e por que será né? Cuida do que te compete e fica quieto aí que você vai passar menos vergonha”, publicou uma pessoa.
Houve quem duvidasse ainda da vitória de Kalil alertando o deputado sobre uma possível fraude. “Não sabemos se BH realmente o elegeu. Com o sistema eleitoral que temos, é impossível auditar a eleição e tirarmos a prova. Somente com a impressão física do voto eletrônico computado é possível fazer a recontagem voto a voto”.
Críticas a Bolsonaro
O presidente da República também foi citado por Kalil durante a entrevista ao Roda Viva. Para ele, o “líder” do país “errou muito na pandemia” do coronavírus. “Vamos ser muito sinceros. Ele derramou dinheiro na pandemia. Negar a pandemia era verbalizar. Foi de graça. Não custou nada. Então o mais difícil de fazer, ele fez. Não economizou na pandemia. Se ele não tivesse negado, ele teria gastado a metade do que ele gastou. Se ele tivesse liderado a nação, ele teria gastado a metade do que ele gastou”.
Kalil ainda destacou que “faltou liderança” de Bolsonaro na pandemia, pois ele é o mandatário do país. “O presidente da República é um líder, gostando dele ou não. Já falei que não preciso dele como amigo, preciso para me dar dinheiro para a saúde, educação, infraestrutura. Na hora de reconstruir a cidade [depois das chuvas de janeiro], custou R$ 200 milhões e o governo federal mandou R$ 7 milhões”.
“É pra isso que eu preciso dele, meus amigos de tomar cerveja eu já tenho. Faltou a liderança que a gente está vendo na Europa, que é o primeiro ministro que fala, o presidente que fala, o líder nos guiando”, complementou.