A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) entrou com pedido na Justiça para que os estabelecimentos possam voltar a vender bebidas alcoólicas em Belo Horizonte. Está em vigor o decreto do prefeito Alexandre Kalil (PSD), desde a segunda-feira (7), que proíbe a comercialização. A medida foi tomada devido ao aumento de casos do novo coronavírus na capital mineira.
Em vídeo postado nas redes sociais, o presidente da entidade, Matheus Daniel, afirma que a prefeitura não escuta as demandas do setor e se “fecha num grupo pequeno”. “Tivemos reunião com o secretariado mostrando o caos que o decreto está instaurando no setor. Os estoques estavam lotados, por conta do feriado [de Nossa Senhora da Conceição], escalas feitas e pequenas confraternizações marcadas”, disse.
Matheus ressalta a importância de cuidar da saúde da população, mas diz não entender a forma como o setor de bares e restaurantes é tratado pelo Executivo do município. “A prefeitura, há mais de 30 dias, não nos dá chance de conversar e se fecha num grupo pequeno e decide a vida de milhares de pessoas. A saúde é de suma importância, mas não se pode tratar bares e restaurantes da forma que está sendo”.
O pedido feito na Justiça se dá, segundo o presidente da Abrasel Minas Gerais, pela falta de diálogo da prefeitura. “As pessoas precisam comer, sobreviver e, em nome destes milhares de trabalhadores, a Abrasel entra na Justiça, mais uma vez, para tentar ser ouvida. Que pena que mais uma vez a prefeitura não nos escutou e o caminho teve que ser a Justiça. Diálogo nós tentamos”, ponderou.
O BHAZ procurou a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) para repercutir a ida da Abrasel à Justiça e as alegações da falta de diálogo. O Executivo municipal informou que “ainda não foi notificada” e não comentou as falas de Matheus.
Pandemia em BH
O número de infectados na capital mineira pelo novo coronavírus manteve em 56.106, e o de mortos saltou para 1.703. A quantidade de pacientes recuperados também não sofreu alteração ficando em 52.024, o mesmo aconteceu com os casos em acompanhamento que estão em 2.384. A permanência se dá pois houve um problema na base de dados do Ministério da Saúde, conforme informou a prefeitura.
A capital mineira registra 58,1% de ocupação nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 49,9% nos de enfermaria. O número médio de transmissão por infectado (RT) está em 1,06. Os dados são do Boletim Epidemiológico e Assistencial de ontem (9).