Idosa morre após ser estuprada pelo filho, que ainda violentou irmã

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Caso foi investigado pela Polícia Civil (FOTO ILISTRATIVA: Amanda Dias/BHAZ)

Atualizado às 16h38 do dia 10/12/2020 para incluir informações divulgadas pela Polícia Civil de Minas Gerais.

Um homem de 37 anos foi preso após estuprar a mãe, 74, e a irmã, 35, em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. A idosa morreu, segundo a Polícia Civil, em decorrência de complicações fisiológicas e psicológicas causadas pelos crimes, cometidos em outubro. O filho adotivo ainda ameaçou a mãe e outros familiares ao tentar evitar que fosse denunciado.

A PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais) tornou o caso público nesta quinta-feira (10), um dia após a prisão. Conforme a corporação, a idosa criou coragem para denunciar os crimes após flagrar o filho estuprando a própria irmã, que tem Down. Revoltada, a mulher de 74 anos, que já tinha sido vítima do autor, resolveu denunciar os estupros a uma outra filha.

O autor descobriu que a mãe havia relatado os crimes e passou a fazer ameaças aos familiares. A filha que foi avisada dos estupros, então, resolveu levar o caso às autoridades, que realizaram a investigação e prenderam o suspeito.

Os delegados Bruno Affonso e Alessandra Álvares, juntamente com a subinspetora Daniele Goulart, participaram dos trabalhos policiais que culminaram no mandado de prisão e na consequente prisão. O inquérito policial já foi concluído e remetido à Justiça com indiciamento do investigado por estupro qualificado pelo resultado morte e estupro de vulnerável, em relação à irmã.

O crime

Ainda de acordo com a PCMG, o crime do homem contra a irmã aconteceu no dia 12 de outubro, quando a idosa estava em casa com ela, e com outro filho, que tem esquizofrenia. Aproveitando-se da ausência de um dos familiares, o suspeito estuprou a irmã, de 35 anos.

“A mãe, ao interpelar diante da situação, foi levada para um quarto, onde estava o filho esquizofrênico. O suspeito mandou que o irmão, também adotivo, se cobrisse e praticou conjunção carnal com a senhora”, descreve a delegada Alessandra Álvares, titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil em Sabará.

Crises de ansiedade e de pânico

A idosa, sentindo muitas dores pelo corpo, contou o que aconteceu para a outra filha, quatro dias depois. “A senhora começou a apresentar muita dificuldade fisiológica e psicológica. Ela teve crises de ansiedade e de pânico, além de rompantes de desmaio. Precisou ser internada nesse interim, até o resultado final, que foi a sua morte, cerca de um mês após a violência sexual”, informou a delegada.

O suspeito fugiu de Sabará e transitava entre as cidades de João Monlevade e Alvinópolis, na região Central do estado. “Ele ligava para a família e fazia ameaças. Dizia que não daria nada para ele, e que se fosse preso voltaria para fazer vingança. A mãe, quando escutava as ligações dele, ficava totalmente desequilibrada emocionalmente e com crises”, completou.

Histórico

A delegada conta que, durante a investigação, foi relatado que o suspeito foi adotado quando a mãe biológica dele, irmã da vítima, morreu. À época, ele tinha dois ou três anos de idade. O suspeito é trabalhador rural, casado e, desde que conheceu a companheira, estava morando no interior. “O casal veio passar uma temporada em Sabará. A mulher foi embora, ele ficou e praticou o crime”, finalizou Alessandra Álvares.

O delegado regional em Sabará, Bruno Affonso, ressaltou a gravidade da ocorrência. “Por mais que nós da Polícia Civil estejamos acostumados com tais tipos de crime, na minha carreira eu não havia visto tamanha gravidade. Agradeço a importância e rapidez da intervenção dos policiais civis nesse caso”, concluiu.

Crime sexual

O crime de estupro é previsto no art. 213, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de seis a 10 anos.

O art. 217A prevê o crime de estupro de vulnerável, configurado quando a vítima tem menos de 14 anos ou, “por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A pena varia de 8 a 15 anos.

Onde conseguir ajuda?

Caso você seja vítima ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

  • Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
  • Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
  • Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
  • Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
  • Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Edição: Thiago Ricci
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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