Governo de Minas vai acionar Justiça para retomada das aulas presenciais

secretária de educação sala de aula
Secretária de educação relatou preocupação com outros estados (Fábio Marcheto/Imprensa MG + Amanda Dias/BHAZ)

O Governo de Minas vai agir para conseguir, na Justiça, uma autorização para retomar as aulas presenciais no início de 2021. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (17), a secretária estadual de Educação Júlia Sant’Anna, afirmou que a administração do estado teme que os alunos mineiros saiam prejudicados agora que outros estados já retomaram as atividades. A ideia é voltar com um modelo híbrido que integre as turmas de forma progressiva a partir do 3° ano do Ensino Médio.

“A gente vem olhando com muita preocupação o fato de já termos cinco estados, entre eles São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, que retomaram atividades. A gente vê como um risco muito grande para os alunos mineiros”, afirmou Júlia. A secretária explicou ainda que a preocupação aumenta com a aproximação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). “Esses alunos, a gente sabe que pelo SISU (Sistema de Seleção Unificada) eles competem com alunos de outros estados, o que me tira o sono é justamente isso”, disse.

De acordo com a secretária de Educação, o que impediu a retomada das aulas presenciais até agora foi a exigência por parte da Justiça da aplicação diária de um questionário aos alunos. “A gente entende que é preocupação da Justiça que se dê essa retomada com segurança, mas a gente sabe também que, em outros estados, a retomada se deu sem a aplicação desse questionário”, pontuou. Segundo ela, a secretaria “garante toda a estrutura”, mas não conseguiria realizar a aplicação do questionário diariamente.

Está na hora?

Apesar da pressa para voltar a realizar as atividades da forma como elas aconteciam antes da pandemia de Covid-19, a SEE-MG (Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais) reconhece que agora não é o momento. “A gente vem estudando mecanismos de sensibilização para conseguir garantir essa retomada. Claro, considerando também um necessário arrefecimento da situação pandêmica agora, que a gente sabe que está num momento muito específico”, afirmou Júlia.

A secretária ainda garantiu que o governo vai se orientar a partir da consulta pública realizada com pais e alunos da rede estadual de ensino para conseguir estabelecer os melhores caminhos, mas apontou desafios. “A gente pretende sim adotar tudo que a gente entende que vem como uma sugestão objetiva importante, mas a gente tem umas questões que são operacionalmente talvez muito complicadas”, disse.

Para explicar os desafios, Júlia Sant’Anna citou o exemplo do rodízio de alunos: “Se entendermos que é importante esse rodízio, como eu vou trabalhar a carga horária do professor? Porque ele também precisa atender os alunos que estão em [regime] remoto”. “O que eu posso garantir para vocês é que vai ter toda a transparência”, disse a secretária.

Educação híbrida

Desde quando liberou a retomada das atividades em algumas regiões do estado, a proposta do governo era que fosse adotado o modelo de educação híbrida – que mescla os ensinos presencial e à distância. Também foi determinado que os alunos fosse reintegrados ao regime presencial aos poucos, a partir dos mais velhos. “Quando a gente anunciou, a gente anunciou o início progressivo, a partir do 3º ano. Mas o entendimento era de que, a cada 14 dias, a gente ia fazer uma avaliação de inclusão de outros níveis de escolaridade”, disse a secretária.

Agora, a proposta ainda é a mesma, mas o plano vai precisar passar por revisões, devido às condições impostas pela pandemia atualmente – que são diferentes do cenário da liberação do retorno. “Isso é uma coisa que a gente ainda precisa fechar com a Secretaria de Saúde, se segue dessa forma ou se, compreendendo que o processo de vacinação vai se iniciar, a gente consegue fazer isso de forma mais rápida”, afirmou Júlia, que ainda garantiu: “O entendimento é sempre pela progressividade e pela não obrigação. Não se irá obrigar as famílias a assistir aula presencialmente”.

Edição: Roberth Costa
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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