O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou que espera que o fechamento do comércio na capital mineira dure duas semanas, se “os números” da Covid-19 permitirem. Além disso, o mandatário prometeu ajuda financeira aos comerciantes da cidade, prejudicados pelas medidas de restrição impostas durante a pandemia.
“O rebote do Réveillon vai vir com força total. Nós sabemos que há uma dificuldade enorme de mão de obra, porque todo médico que trabalha no SUS trabalha na rede privada. Quando tira férias, ele estrangula as duas. E isso pouca gente sabe. [Os que estão trabalhando], estão completamente esgotados. Só temos um jeito. Se alguém souber, eu aceito, mas só tem um jeito: termos mais 15 dias de paciência”, declarou Kalil em entrevista à Rádio Itatiaia, nesta terça-feira (12).
Questionado se o fechamento deve durar 15 dias, como citado, o prefeito respondeu: “Quem manda é o velocímetro. Se você me perguntar, meu coração está tremendo para que seja isso. […] Se [os números] nos derem segurança de não ter descontrole total da doença depois de tanto sofrimento, é o que eu espero que aconteça. Mas isso não está na mão do prefeito, nem dos médicos, nem do comitê”.
Ajuda aos comerciantes
O prefeito Alexandre Kalil também foi questionado a respeito de uma potencial ajuda financeira aos comerciantes, depois que a vacinação contra a Covid-19 começar. De acordo com ele, a economia será sacrificada por pouco tempo, “porque agora estamos chegando, a vacina está chegando”.
“Não vai ter outro jeito. Nós vamos ter que ajudar esse povo, de qualquer maneira. Nem que seja que a PBH avalie um financiamento, eu não tenho condição jurídica de falar isso. Nós vamos ter que ajudar essa população que sofreu tanto. Não precisam ter dúvidas quanto à ajuda da prefeitura.”, declarou. Ainda hoje, Kalil garantiu que, 24 horas depois que o imunizante for entregue pelo Ministério da Saúde, a aplicação começará em BH.
“A impressão que se dá, e isso é muito chato, até nojento, é que a gente tá fazendo com o pobre, de maldade. Porque quando você faz com empresário é uma coisa, estou fazendo com comerciante de porta de loja, de restaurante, botequinho, barzinho. Isso é uma crueldade. Isso é um negócio que destrói o prefeito”, finalizou o prefeito.
Covid-19 em BH
Belo Horizonte ultrapassou a marca de 70 mil infectados por Covid-19 nessaa segunda-feira (11). Além disso, de acordo com boletim epidemiológico divulgado ontem, as taxas de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de enfermaria destinados ao tratamento da doença apresentaram aumento.
Além da ocupação de leitos, a taxa de transmissão da Covid-19 por infectado (RT) também cresceu de sexta-feira (8), quando o último boletim foi publicado pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), para ontem. O número foi de 1,03 para 1,04, e permanece no nível amarelo, em estado de alerta.
De acordo com o boletim divulgado ontem, a capital mineira registra 70.223 casos confirmados de Covid-19 e 1.956 óbitos em decorrência da doença. A taxa de ocupação de UTIs está em 86,5%, em nível vermelho, que representa estado máximo de alerta. A ocupação de leitos de enfermaria, que também subiu, está em 66,1%, no nível amarelo.
