Trabalhadores e entidades se manifestam contra demissões na Ford

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Trabalhadores se reuniram em frente às fábricas de Camaçari e Taubaté (Reprodução/Jornal da Manhã/Globoplay)

Após a Ford anunciar o fechamento de todas as fábricas no Brasil, os funcionários das unidades de Taubaté, em São Paulo, e Camaçari, na Bahia, organizaram manifestações contra as demissões de cerca de 5 mil funcionários. Eles tentam mobilizar o governo para evitar os cortes e pedem que a montadora reveja a decisão de fechar as fábricas no território brasileiro.

Milhares de trabalhadores se reuniram na manhã desta terça-feira (12) em frente à fábrica de Camaçari e outras centenas na porta da montadora em Taubaté. As duas unidades são as que fecharão imediatamente, ao contrário de uma terceira, que fica em Horizonte, no Ceará e vai continuar funcionando até o fim deste ano. Entidades que representam os trabalhadores também se manifestaram contra os impactos do fim da produção no Brasil.

Entre essas entidades, está o Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região), que também quer que a Ford reveja a decisão de fechar as fábricas no Brasil e mantenha os empregos. Segundo o presidente do sindicato, Claudio Batista, os trabalhadores foram “pegos de surpresa” com a decisão anunciada ontem (11).

“O sindicato vai fazer toda luta necessária para tentar reverter essa situação”, disse Batista. De acordo com ele, os 830 funcionários da fábrica em Taubaté tinham estabilidade no emprego até o fim de 2021, devido a um acordo de redução de jornada e salários feito no ano passado, em razão da pandemia de Covid-19. A unidade da montadora na cidade está há 53 anos de atividade.

‘Decisão estratégica’

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) evitou comentar diretamente as razões e os impactos do fechamento das fábricas no Brasil. “A Anfavea não vai comentar sobre o tema. Trata-se de uma decisão estratégica global de uma das nossas associadas. Respeitamos e lamentamos”, disse a entidade em nota.

A associação defendeu, contudo, que os custos de produção têm afetado as montadoras no país. “Isso corrobora o que a entidade vem alertando há mais de um ano, sobre a ociosidade da indústria (local e global) e a falta de medidas que reduzam o Custo Brasil”.

Para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a alta carga tributária é um dos fatores que dificulta a manutenção da produção industrial no país. “A Fiesp tem alertado sobre a necessidade de se implementar uma agenda que reduza o Custo Brasil, melhore o ambiente de negócios e aumente a competitividade dos produtos brasileiros. Isso não é apenas discurso. É a realidade enfrentada pelas empresas”, disse, em nota, a federação.

Além da planta de Taubaté, a Ford vai fechar a fábrica de Camaçari, na Bahia. A fábrica da Troller, em Horizonte (CE), vai encerrar as atividades até o fim deste ano. Serão mantidos, entretanto, a sede administrativa para a América do Sul em São Paulo, o Centro de Desenvolvimento de Produto na Bahia e o Campo de Provas em Tatuí (SP). A produção de veículos na região ficará concentrada na Argentina e no Uruguai.

Com Agência Brasil

Edição: Roberth Costa
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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