Jovem vende cabelo para comprar tanque de oxigênio para avô com Covid

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“Prefiro perder meu cabelo do que perder meu avô”, disse a adolescente de 16 anos, que colocou seu cabelo à venda para salvar o avô (Reprodução/Redes Sociais)

Uma adolescente vendeu o próprio cabelo para comprar um tanque de oxigênio para o avô, que está lutando contra a Covid-19. Em entrevista para o portal Milenio, Ana Paola Romero, que mora em Toluca, México, conta que fez o anúncio da cabeleira no Facebook. Os fios da menina de 16 anos mediam 73 centímetros, e foram cortados no dia 3 de janeiro. “Prefiro perder meu cabelo do que perder meu avô”, disse Ana Paola.

“Sempre gostei de ter o cabelo comprido, acho que fisicamente é o que mais gostei em mim, cuidei muito bem, demorei uns dois anos para tê-lo assim tão comprido, abaixo da cintura”, diz Ana Paola, iniciando a história. Ela contou que a família teve um surto de Covid-19, que iniciou pelos tios, que testaram positivo. “A partir daí, o resto de nós começou com os sintomas”.

O cabelo de Ana Paola media 73 centímetros (Reprodução/Redes Sociais)

Ana Paola disse relatou que teve a doença de forma moderada, com sintomas semelhantes ao desconforto gripal e dores de cabeça. Além disso, a adolescente também perdeu o paladar. “Agora eu como por obrigação, não por prazer, mas me forço a fazer porque acho que tenho que ser forte para ajudar minha família, porque se a gente piorar, quem vai cuidar da gente?”, argumentou a jovem.

“O que me perturba é a situação em que se encontram meu avô Jesús, de 68 anos, e meu tio José, de 47. A oxigenação do meu avô caiu para 40, os médicos nos avisaram que não deveria cair para abaixo de 90. Precisávamos buscar oxigênio. Vi os adultos da minha família preocupados porque era caro, todos estavam arrecadando dinheiro. Então perguntei à minha irmã se ela tiraria uma foto minha para postar no Facebook e vender meu cabelo”.

‘Vendo meu cabelo’

A menina conta que tirou as fotos no mesmo dia em que teve a ideia, sendo uma de frente e outra de costas, para mostrar bem o cabelo. “Postei-as na minha conta com um texto que dizia: ‘Vendo meu cabelo para comprar um tanque de oxigênio para meu avô, ele piorou, o oxigênio dele hoje caiu muito e quero ajudar minha família a conseguir dinheiro'”.

“Por volta do meio-dia de domingo, 3 de janeiro, fui ao salão Fascino em Metepec para cortar o cabelo. Tive muita vontade de chorar, porque a garota que cortou me disse coisas muito boas, como sou corajosa e que sou muito jovem para fazer esses atos de amor”, disse. Segundo Ana Paola, ela ficou se sentindo “muito esquisita” depois do corte, mas que agora vê o cabelo como uma coisa que a ajudou.

Corte de cabelo ajudou a comprar um cilindro de oxigênio para o avô (Reprodução/Redes Sociais)

Ela conseguiu o total de $ 2.500 (pesos), que equivale a R$ 675 e entregou o dinheiro para que a tia administrasse nos gastos do avô de Ana Paola. “O cilindro de oxigênio foi comprado, mas em menos de duas horas ele acabou porque o fluido foi colocado na capacidade máxima para aumentar sua saturação”. Segundo ela, o menor tanque de oxigênio custa $ 5.700 (pesos), e que dura apenas um dia.

“Prefiro perder meu cabelo do que perder meu avô. Enfim, meu cabelo cresceu de volta, ficou bem curto, mas bom, como antes de eu cortar, muita gente me apoiou e continua fazendo, me mandando lindas mensagens sobre meu novo visual”, relatou a garota.

Família precisa de um tanque maior

“O que precisamos urgentemente é conseguir um concentrador de oxigênio e um tanque com maior capacidade. A situação do meu avô é delicada, ele tem diabetes, mas não quer ir para o hospital, não quer ficar sozinho, prefere lutar pela vida ao lado da minha avó Santa Fuentes, que também está infectada e neste está dormindo ao lado dele”.

A jovem termina falando sobre a personalidade do avô, e que quer dançar com ele depois de sua recuperação. “Meu avô é muito alegre, gosta de dançar muito, aliás sempre que tem uma refeição ele quer nos levar para sair, mas por vergonha nunca quisemos, mas se ele ficar bom agora eu vou sair para dançar com ele”.

Edição: Roberth Costa
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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