Proprietários de escolas particulares, pais de alunos e professores fizeram uma carreata e um buzinaço em frente ao prédio onde o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD, mora, na manhã deste sábado (16). Eles pediram que as escolas sejam consideradas atividade essencial, e, consequentemente, reabertas. O setor particular vem enfrentando dificuldades, visto a queda na renovação e na realização de novas matrículas.
A carreata teve o apoio do Sinep-MG (Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais) e a presidente da entidade, Zuleica Reis, conta ao BHAZ qual foi o objetivo da manifestação. “Nosso pedido é para a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) colocar as escolas como prioridade e serviço essencial. Já demos parcela grande de sacrifício. Estamos quase um ano sem atividades presenciais. A situação é catastrófica”, disse.
A ausência de data para o retorno das aulas presenciais fez muitos pais não renovarem as matrículas dos filhos nas escolas da educação infantil. “Tem unidade que não tem nenhuma matrícula renovada. Nesta fase, de 0 a 5 anos, é necessária a presença dos alunos, pois eles carecem de atividades presenciais. Os pais não fizeram e não renovaram as matrículas, pois não se tem uma data estipulada para o retorno”.
A “situação catastrófica” das escolas, conforme se referiu Zuleica, se dá pela ausência de receita e matrículas, além do retorno dos professores. “O cenário educacional é catastrófico a nível nacional, estadual e municipal. Já temos 13 escolas que encerraram as atividades junto à Smeed (Secretaria Municipal de Educação). Se não conseguirmos abrir, pelo menos a educação infantil, em fevereiro, teremos mais de 60% de fechamento”.
Buzinaço
O bairro de Lourdes foi um dos pontos por onde a carreata passou. Mais especificamente no edifício onde mora o prefeito Kalil. Por lá os manifestantes realizaram um buzinaço. “Passamos por lá, mesmo o prefeito já tendo dito que nada o afeta, no que se refere a manifestação. Só que nós da educação não podíamos ficar alheio a questões que, agora, não são só econômica, mas social”.
“Escola é o lugar mais seguro para criança ficar. A retomada da economia precisa da escola funcionando. Muitos pais e, principalmente, as mães estão largando o emprego, ou sendo demitidas, porque não tem com quem deixar os filhos”, finaliza Zuleica destacando que defende a retomada seguindo as orientações sanitárias para evitar a contaminação pela Covid-19.
Pandemia em BH
O último Boletim Epidemiológico e Assistencial da PBH indica que 75.394 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus, enquanto 2.037 morreram. O número de recuperados chegou a 66.983 e o de pacientes em acompanhamento está em 6.374.
Os indicadores utilizados pelo Executivo municipal para avaliar a pandemia na capital mineira apontam:
- Número médio de transmissão por infectado (RT) – 1,09 – nível amarelo
- Ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid-19 – 83,4% – nível vermelho
- Ocupação de leitos de enfermaria Covid-19 – 69,3% – nível amarelo
O informe pode ser lido clicando aqui.