A atriz Karol Lannes, que interpretou a personagem Ágata em Avenida Brasil (2012), postou em seu TikTok um vídeo explicando a motivação de estar afastada da TV. A atriz contou que ela “teria que emagrecer absurdamente” para continuar. O relato, compartilhado por ela na última sexta-feira (15), já acumula mais de 1 milhão de visualizações. Karol também contou outros detalhes sobre os bastidores de Avenida Brasil e sobre a representatividade nas novelas.
Em resposta sobre ter saído da TV, a atriz disse o seguinte: “Então, tive um contrato bem grande com a Rede Globo. Fiz quatro novelas, filmes e participações. E quando esse contrato acabou ele não foi renovado, um diretor chegou para mim e falou, para o meu pai na verdade, que eu teria que emagrecer absurdamente se quisesse fazer outro papel depois de Ágata de Avenida Brasil”.
Karol Lannes atuou na Rede Globo pela primeira vez em 2007, na novela Duas Caras. Em 2008, a atriz esteve em Ciranda de Pedra e, em 2010, na trama de Tempos Modernos. O último trabalho dela na emissora foi como Ágata, filha da Carminha. Depois disso, Karol contou que não emagreceu e que o teste que lhe ofereceram foi em Malhação, para interpretar uma personagem que sofria bullying.
“O que aconteceu foi que não emagreci absurdamente. O único teste que me foi oferecido depois de Avenida Brasil foi em Malhação. Foi para fazer uma personagem gorda que sofria bullying. Decidi que não é isso que quero para a minha carreira”, disse Karol Lannes.
Representatividade
A atriz declarou que ainda tem o sonho de retornar para a atuação, mas que falta representatividade. “Mulheres gordas, atrizes gordas, não têm que fazer papéis alegóricos de gordas que sofrem bullying, de rejeitada e de antes e depois. E que, sim, você pode ser uma mulher gorda e fazer uma vilã, uma protagonista, uma mocinha independente de seu corpo. Acho que corpo não define talento”.
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♬ som original – Karol Lannes
Depois da repercussão do vídeo, que teve mais de 200 mil curtidas, um dos comentários questionava o argumento de Karol Lannes. O internauta disse que muitas atrizes emagreciam e engordavam para entrar nos personagens, além de mudaram seus cabelos. Karol respondeu que a função do ator é essa, mas que existe uma falta de representatividade em papeis principais sendo feitos por pessoas gordas.
“Óbvio que se me for oferecido um personagem, eu emagreceria, mudaria qualquer coisa. O problema é não existir um projeto e eu emagrecer simplesmente na esperança de me encaixar nos projetos que já existem para eu poder ter espaço nessa mídia. Eu não acho que a Globo seja gordofóbica, eu não gosto de generalizar nada. Eu acho que a mídia em si precisa dar mais visibilidade e representatividade a todas as pessoas, tipos, cores, raças, formas, trabalhos, enfim, precisa de mais representatividade”.
@karollannes Responder a @fernabritoo É sobre abrir espaço na mídia como um todo, para que todos se sintam representados ✨? ##atriz ##representatividade
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Suporte emocional de Adriana Esteves
Num vídeo anterior, postado na última terça-feira (12), Karol Lannes contou como a equipe preparava os atores para personagens que sofriam bullying. A personagem interpretada pela atriz em Avenida Brasil sofria o maus tratos psicológicos da própria mãe, Carminha, feita por Adriana Esteves. Segundo ela, o Adriana foi a principal pessoa que a apoio, além dos coaches contratados pela Globo.
“Sim, eu tive acompanhamento psicológico leve dos coaches da Rede Globo, porque eu fazia uma personagem que sofria muito bullying da própria mãe, então tem todo esse contexto. Mas, pasmem, quem mais me deu suporte emocional durante Avenida Brasil foi a Adriana Esteves, e os próprios atores, mas principalmente a Drica”, contou Karol Lannes.
Segundo a atriz, Adriana Esteves dizia coisas positivas para ela antes e depois das cenas. “Antes de cada cena nossa, ela parava, me olhava, me abraçava, segurava a minha mão e falava ‘você é linda, você é bonita, você é inteligente, eu gosto muito de você’. A gente ia lá, contracenava como Ágata e Carminha, quebrava o pau, respirava, acabava a cena e ela voltava para mim, segurava minha mão e falava ‘ você sabe que você é linda, que eu gosto muito de você'”.
“Enfim, eu sempre soube separar muito bem o que é o personagem da vida real, então a Ágata não me deixou traumas. Sofri bullying na escola por causa dela, mas acho que ajudou a fortificar muito a minha autoestima hoje em dia”, afirmou Karol. A atriz usa suas redes sociais para tratar de temas como empoderamento físico e mental, amor próprio e questões da comunidade LGBTQ+.
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