Médicos do HFAB (Hospital da Força Aérea Brasileira) denunciaram pressão, coação e represálias para que a hidroxocloroquina seja receitada a pacientes com Covid-19 na unidade de saúde da Aeronáutica instalada no Lago Sul. Segundo profissionais denunciaram ao Metrópoles, o diretor de Saúde da Aeronáutica emitiu um comunicado instruindo que seja receitado aos contaminados um “kit cloroquina”. O medicamento, comprado pelo governo federal, vem em saquinhos, em doses certas para o tratamento de cinco dias.
A Nota Informativa nº 17/2020, assinada pelo diretor, coloca como opção para o paciente o uso do medicamento. Porém, os médicos relataram à reportagem que todas as recusas em usar o remédio foram punidas com retaliações como transferências e mudanças de horário. A circular determina que o “kit” tenha Sulfato de Hidroxicloroquina 400 mg comprimido. No entanto, os médicos acreditam que o medicamento não tem comprovação científica. Por isso, aqueles que se recusaram a fazer a prescrição horizontal foram punidos.
“A ordem é passar para todos os pacientes que solicitarem. Porém, quem não passa sofre retaliação. Mudam de horário, são retirados da triagem de Covid. A pressão está grande”, disse um dos médicos ao Metrópoles. “Nem sei expressar o tamanho da humilhação”, diz outro profissional que atua na linha de frente do combate à Covid-19 no HFAB.
Por meio de nota, o Ministério da Defesa (MD) e a Força Aérea Brasileira (FAB) disseram que “todos os hospitais militares têm realizado esforços no combate ao coronavírus desde que foram reportados os primeiros casos no Brasil. Dessa forma, a readequação de funções e horários de atividades foram implementados de forma a minimizar os impactos da intensificação de atendimentos desde o início da pandemia”, diz o documento.
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