O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, (Novo), e outros 14 gestores estaduais assinaram uma carta para o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), para cobrar diálogo com a China e a Índia. O objetivo do motivo é pressionar o mandatário a negociar vacinas contra o novo coronavírus. O Brasil tem 8.638.249 milhões de infectados e 212.831 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde.
Os políticos cobram do presidente Bolsonaro a solução para que aconteça a importação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) utilizado pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para a produção das vacinas. Outra solicitação é o envio das 2 milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford. Este imunizante também foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no último domingo (17).
A iniciativa do documento partiu do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador da Estratégia para Vacina contra a Covid-19 no Fórum de Governadores e presidente do Consórcio Nordeste. “A carta que protocolamos hoje ao presidente Jair Bolsonaro faz um apelo em sintonia com o povo brasileiro, para que todos os líderes do país e a nossa diplomacia estabeleça um diálogo com o Governo da China”, publicou o gestor nas redes sociais.
O mesmo diálogo precisa ser estabelecido com o Governo da Rússia e da Índia para que possamos garantir o cronograma de vacinação com os imunizantes Conoravac, AstraZeneca e Sputinik.
— Wellington Dias (@wdiaspi) January 21, 2021
Dias e os demais gestores estaduais também cobraram que sejam reestabelecidas as negociações com outros países. “O mesmo diálogo precisa ser estabelecido com o Governo da Rússia e da Índia para que possamos garantir a o cronograma de vacinação com os imunizantes Coronavac, AstraZeneca e Sputinik”, afirmou.
Quem assina?
Os governadores que assinaram a carta esperam contar com o apoio de outras autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário para endossar o pedido feito a Bolsonaro. Veja quais governadores assinaram o documento:
- Alagoas – Renan Filho (MDB)
- Amapá – Waldez Góes (PDT)
- Ceará – Camilo Santana (PT)
- Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB)
- Maranhão – Flávio Dino (PCdoB)
- Mato Grosso – Mauro Mendes (DEM)
- Minas Gerais – Romeu Zema (Novo)
- Pará – Helder Barbalho (MDB)
- Paraíba – João Azevêdo (Cidadania)
- Piauí – Wellington Dias (PT)
- Pernambuco – Paulo Câmara (PSB)
- Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT)
- Rio Grande do Sul – Eduardo Leite (PSDB)
- São Paulo – João Doria (PSDB), e
- Sergipe – Belivaldo Chagas (PSD)
Sinal verde da Índia
O governo da Índia deu sinal verde para a exportação de vacinas contra a Covid-19, e as primeiras remessas serão envidas ao Brasil e ao Marrocos nesta sexta-feira (22), segundo o ministro de Relações Exteriores, Harsh Vardhan Shringla, disse à agência de notícias Reuters.
O imunizante é desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca e estão sendo fabricadas no Instituto Serum, na Índia. No Brasil, a vacina será feita, também com resultado de uma parceria, pela Fiocruz.
O governo vinha tentando antecipar desde dezembro o lote de imunizantes.
O objetivo do governo era que as primeiras doses fossem usadas para dar a largada na campanha de vacinação no Brasil. Uma cerimônia no Planalto estava sendo preparada para a ocasião.
Ao longo de semanas, o chanceler Ernesto Araújo coordenou esforços para conseguir a liberação da carga a tempo de garantir o cronograma desejado pelo Planalto. O ministro, no entanto, não obteve êxito.
Em uma entrevista na segunda-feira (18), o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, chegou a mencionar o fuso horário como uma das dificuldades diplomáticas. Nova Déli está oito horas e meia à frente do Brasil.
Foram várias as gestões diplomáticas. Bolsonaro enviou uma carta ao premiê Narendra Modi em 8 de janeiro pedindo urgência na concessão da autorização. Dias depois, Ernesto telefonou para seu contraparte no país asiático, Subrahmanyam Jaishankar.
Na segunda, Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto o embaixador da Índia, Suresh Reddy, em novo apelo. Porém, segundo Pazuello, a previsão seguia em um inconclusivo “deverá ser resolvido nos próximos dias desta semana”.
A principal crítica contra Ernesto é que ele deveria ter sido claro sobre as dificuldades políticas para que a Índia desse luz verde para a venda, uma vez que Nova Déli não quis possibilitar a venda antes de iniciar a sua própria campanha de vacinação -algo que ocorreu no sábado (16).
Além do mais, os indianos estabeleceram um plano que prevê o envio de doses primeiro para nações vizinhas (Butão, Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e Seychelles). O comunicado divulgado pela chancelaria indiana não cita o Brasil.
Com Folhapress