‘Para enfiar no r*** da imprensa’, diz Bolsonaro sobre leite condensado

Bolsonaro fala sobre leite condensado
Presidente ainda mandou a imprensa “para a puta que pariu” (Reprodução/@SamPancher/Twitter)

Revoltado após a divulgação de que o governo federal gastou mais de R$ 15 milhões em leite condensado em 2020, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o doce foi comprado “para enfiar no r*** de vocês da imprensa”. A declaração foi feita evento privado com artistas em uma churrascaria de Brasília, nesta quarta-feira (26).

O presidente da República ainda mandou a imprensa “pra p*** que pariu”, e foi aplaudido pelas dezenas de convidados presentes no almoço. “Imprensa de merda essa daí. É para enfiar no r*** de vocês aí, vocês não, vocês da imprensa essa lata de leite condensado”, completou. Os convidados, então, gritaram “mito” para o mandatário, conforme vídeo que circula no Twitter..

Depois dos aplausos, Bolsonaro se justificou a respeito dos gastos, divulgados por um levantamento de dados feito pelo Metrópoles com base no Painel de Compras dos órgãos executivos brasileiros no ano passado. “Não é para a presidência da República essa compra de alimentos. […] para alimentar 370 mil homens do exército brasileiro e também programas de alimentação via Ministério da Cidadania e Educação”, completou o presidente.

Ele ainda chamou as acusações de corrupção, compartilhadas com base nos dados divulgados, de “levianas”, além de defender o gasto de milhões de reais em chicletes. “Quem já esteve no Exército, já teve um catanho. Pessoal sabe o que é um catanho, quem serviu, tem um chicletinho lá dentro. Isso não é mordomia, não é privilégio”, pontuou.

Gastos

No levantamento divulgado pelo Metrópoles, foram considerados os alimentos que totalizaram mais de R$ 1 milhão pagos. Dentre os itens, estão arroz, feijão, carne, batata frita, salada, biscoitos, sorvete, massa de pastel, leite condensado, geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, vinho, bombom, chantilly, sagu e chiclete.

Os valores de cada categoria de produto são exorbitantes e, para se ter ideia, R$ 2.203.681 totalizam os gastos com apenas chiclete. Os órgãos do Executivo gastaram mais de R$ 14 milhões na compra de molho shoyo, molho inglês e molho de pimenta. Pizza e refrigerante custaram R$ 32,7 milhões aos cofres públicos.

Frutos do mar, comida geralmente bastante apreciada pela elite, ficaram em R$ 6,1 milhões no total. Peixes in natura e em conserva custaram R$ 35,5 milhões, bacon defumado R$ 7,1 milhões e embutidos R$ 45,2 milhões. As sobremesas consumidas pelo governo federal incluem sorvete, picolé, fruta em calda, doce em tablete, cristalizado, para cobertura, granulado ou confeitado. A doçaria totalizou R$ 123,2 milhões.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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