‘Bom filho e bom trabalhador’, motorista foi assassinado com crueldade na Grande BH

motorista app vespasiano
Investigações apontam que criminosos mataram Anderson por medo de voltar para a cadeia (Reprodução/Facebook)

A Polícia Civil de Minas concluiu o inquérito a respeito do assassinato do motorista de aplicativo Anderson Coelho Alves, 27. Segundo a corporação, o homem foi morto com requintes de crueldade por dois assaltantes, que tinham como intenção levar o carro dirigido por ele. O delegado Thiago Araújo deu detalhes do caso na tarde de hoje (1º). Segundo o policial, o irmão da vítima foi importante para ajudar nas investigações do crime ocorrido em Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o delegado Thiago Araújo, alguns militares e o irmão de Anderson perguntaram nas imediações se alguém teria visto quem entrou no carro do motorista de app. “Foi assim que chegaram ao nome dos dois principais investigados, os dois principais e únicos, na verdade. Foram realizadas diligências, os indivíduos foram encontrados, presos e levados para o plantão”, contou o delegado.

Após a prisão, no dia 2 de janeiro, um dos investigados, que tem 19 anos, confessou o crime detalhadamente para a equipe da Polícia Civil. “O outro decidiu permanecer calado e disse que falaria só em juízo. O autor que decidiu confessar disse que o mandante do crime foi o outro que decidiu não falar nada, mas é comum ficar esse joguinho”, explicou Thiago.

Com a investigação, a Polícia Civil concluiu que não havia uma terceira pessoa envolvida, tendo sido o crime cometido apenas por parte dos jovens de 18 e 19 anos. “Mandamos ofícios para a Uber e para a 99, tendo em vista que ele rodava nos dois aplicativos, pegamos a lista de todos os passageiros daquela noite, até mais ou menos a data do dia que ele foi encontrado morto”.

Celular da mãe

“Estudamos todas as últimas viagens dele, chamamos alguns indivíduos que fizeram viagem por último para serem ouvidos na delegacia e contar se perceberam alguma movimentação estranha e chegamos à conclusão de que a corrida foi solicitada pelo aplicativo 99 pelo celular da mãe de um dos envolvidos”, disse Thiago. Segundo o delegado, os investigados finalizaram a corrida pelo celular de Anderson, mas o GPS do aparelho continuou ligado.

“O GPS do celular continuou ligado e ele leva até o local onde o veículo foi abandonado e a vítima foi encontrada”, contou o delegado Thiago Araújo. A investigação deu conta de que os criminosos chamaram o carro do bairro Novo Horizonte para ir até o bairro Nova York. Conforme dito pelo delegado, a intenção dos jovens era de roubar o carro e os pertences de Anderson, mas que um deles resolveu executar a morte.

“O que o autor que confessou disse é que o autor que decidiu ficar calado resolveu matar a vítima com a seguinte justificativa: ‘eu não quero voltar para a cadeia’. Então supondo que a vítima poderia reconhecê-los futuramente caso noticiasse o crime para a polícia, eles não queriam retornar para a cadeia e por isso mataram a vítima”. O delegado disse que ambos têm antecedentes criminais por roubo, tráfico e um deles responde por homicídio.

A equipe de investigação da Polícia Civil fez uma busca sobre a vida de Anderson Coelho, para entender se havia uma motivação para o crime. “Pela crueldade do crime sempre fica aquela dúvida se foi um crime encomendado, se tinha ligação com outro crime e não, a vítima não tinha nenhuma conduta ruim. Não tinha passagem criminal, nada. Ele era realmente conhecido como um bom filho e um bom trabalhador”.

Desaparecimento e morte

Anderson Coelho Alves estava desaparecido desde a madrugada do dia 31 de dezembro, e a polícia o encontrou morto no dia 2 de janeiro. A Polícia Militar achou o corpo em uma mata próxima de onde o carro estava abandonado, no bairro Novo Horizonte. Na época, o caso ganhou bastante repercussão nas redes sociais, já que a família esperava encontrá-lo com vida.

A polícia definiu o assassinato de Anderson Coelho como sendo com traços de crueldade. Segundo o delegado Thiago Araújo, o corpo do motorista de aplicativo foi localizado “em cima de sacos de lixo, com as mãos amarradas para trás com um fio de carregador de telefone celular, os pés estavam amarrados pelas calça, que estavam abaixada. A vítima tinha um corte profundo na região do pescoço, e teve os olhos perfurados”.

Edição: Roberth Costa
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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