Morte e transtornos: Temporais levam caos para cidades mineiras

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Cidades de regiões diversas de Minas registraram chuvas fortes e alagamento em diversos pontos (Reprodução/Leia Agora + Robson de Oliveira/Divulgação)

As chuvas que passaram no final de semana em Minas Gerais deixaram morte, desalojados e diversos pontos com alagamento e deslizamento. A Defesa Civil alerta para o risco de novos temporais e, como o solo já está encharcado, possibilidade de deslizamentos. Além de Belo Horizonte, onde vias foram inundadas e construções desabaram, cidades mineiras de diversas regiões do estado registraram desastres e transtornos.

Norte

No Norte de Minas, em Porteirinha, um homem foi encontrado sem vida, na tarde de ontem (7), depois de ter sido arrastado pela correnteza do rio Mosquito na noite desse sábado (6). Ele estava dentro de um veículo e não conseguiu sair de dentro do carro. O Corpo de Bombeiros informou que o resgate ocorreu por volta de 17h30. Uma Kombi também foi arrastada, no mesmo dia, na cidade, e ficou submersa nas águas do rio Mosquito. Os militares informaram que o carro pertence a um bombeiro reformado e a vítima conseguiu sair do carro e se salvar.

Raposos

Na região metropolitana de Belo Horizonte, Raposos foi novamente castigada pelos temporais nesse domingo. Em janeiro de 2020, cerca de 3 mil pessoas ficaram desabrigadas após forte chuva e transbordamento do Rio das Velhas. Desta vez, a violência da água não foi tão forte, mas estragos e transtornos foram contabilizados pela cidade.

“O Rio das Velhas começou um princípio de alagamento na tarde com as intensas chuvas, mas à noite já tinha abaixado e retornado pra baixo do nível de alerta. Alagou algumas casas, áreas, e as pessoas foram retiradas por preocupação dos seus locais, mas ontem à noite a situação já estava normalizada”, informou, ao BHAZ, a tenente-coronel Graciele Rodrigues, coordenadora-adjunta da Defesa Civil de Minas Gerais.

A ONG Casa de Gentil, fortemente atingida no ano passado, foi novamente afetada nesse domingo. Mas, desta vez, os responsáveis conseguiram se mobilizar para evitar o pior. “Para não repetir o que aconteceu em 2020, desta vez resolvemos agir…. Contamos com muitos voluntários que desceram no meio da chuva, colocaram os equipamentos nos carros e levaram para outros lugares”, conta Paula Miranda, coordenadora da organização, ao BHAZ.

Ribeirão da Prata alagou em Raposos no domingo (Robson de Oliveira/Divulgação)

Eles precisaram retirar um fogão, uma geladeira, um freezer, dois fornos industriais grandes, mantimentos, matérias-primas, além de outros materiais. “Hoje foi um susto, o rio subiu muito rápido, em 10 minutos passou de uma rua pra outra, e chuva não tinha parado. Pelo o que os especialistas disseram, o Rio das Velhas não encheu tanto porque uma região específica não choveu, então isso diminuiu os impactos”, conta.

Santa Luzia

As chuvas também foram de muita intensidade em Santa Luzia, ainda na Grande BH. Por lá, mais de 300 pessoas tiveram que deixar as suas casas. Quatro pessoas ficaram ilhadas no bairro Pantanal e foram retiradas pelo Corpo de Bombeiros. Além do Pantanal, os bairros mais atingidos no município foram o Vila Íris e uma parte do Morada do Rio.

Rio das Velhas transbordou e deixou vários pontos de Santa Luzia debaixo d’água (Reprodução/Agora Local)

Houve uma ocorrência de deslizamento no bairro Bonanza, mas sem vítimas. Os comerciantes precisaram resgatar os produtos de suas lojas. “Quando o rio começou extravasar, a gente foi até a Rua do Comércio, perto do rio, e pedimos pra retirarem os pertences de valor “, informou Lorena Borges, coordenadora da Defesa Civil de Santa Luzia, ao BHAZ.

“Eles conseguiram fazer a retirada, colocaram os produtos no alto, só que acabou que não chegou a atingir esses lotes”.

Com o risco de chuvas ainda hoje, a Defesa Civil da cidade continua realizando o monitoramento. “Até então o rio está estável, tá dentro da normalidade, mas a gente tá em monitoramento, 24 horas, já que hoje ainda tem risco de chuva”, finalizou.

Na capital, choveu em poucas horas a média histórica para todo o mês de fevereiro. Na região de Venda Nova, por exemplo, a avenida Vilarinho teve que ser interditada pela Defesa Civil devido à inundação da via. A avenida Teresa Cristina, nas regionais Oeste e Barreiro, também foi bloqueada. A previsão é de mais precipitações ao longo da semana que inicia.

Vale do Aço

Em Ipatinga, no Vale do Aço, a chuva forte causou deslizamentos de terras e quedas de árvores. Os bombeiros atuaram nessas frentes e realizaram desobstruções de vias. Apesar dos transtornos, nenhum óbito foi registrado pelas autoridades. O Rio Piracicaba, onde encontra com o Rio Doce, está com situação de normalidade nesta segunda-feira, mas as chuvas devem continuar nesta segunda-feira (8).

Sul

No Sul de Minas, em Boa Esperança, uma chuva rápida e intensa causou alagamentos e estragos nas vias. Não foi registrada nenhuma vítima. A Defesa Civil informou que o ribeirão Marimbondo está dentro da normalidade agora.

Boa esperança sofreu com estragos da chuva (Reprodução/Redes Sociais)

Fique de olho

A tenente-coronel Graciele Rodrigues, da Defesa Civil de Minas Gerais, fez alguns alertas sobre as chuvas recebidas em todo o estado – e que ainda devem atingir as terras mineiras nos próximos dias. “Com o solo encharcado, ainda está com risco de deslizamento, então é importante que as pessoas estejam atentas a alguns sinais”.

“O solo e o ambiente podem demonstrar para as pessoa que pode ter algum deslizamentos por ali. Um dica é olhar a inclinação. Se observar que a inclinação do terreno modificou, é um sinal, se está escorrendo pelo local uma água mais barrenta do que geralmente pode ter, também, se está com dificuldade para fechar porta e janela da casa, é um indicativo que o terreno pode estar irregular ou se inclinando. Observar árvores e postes próximos com uma inclinação diferente do normal”, orientou.

A tenente-coronel também recomendou o cadastro da residência, por SMS, no número 40199. Ao cadastrar o número de CEP da residência, recebe-se alertas de meteorologia para as pessoas ficarem mais preparadas e realizarem, se necessário, o deslocamento. “Por meio do SMS, a Defesa Civil avisa se vai ter chuva com granizo nas próximas horas, por exemplo. Avisa os locais, de que hora até qual hora, deve-se evitar transitar”.

Edição: Thiago Ricci

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