Então, Brilha relembra Carnaval com homenagem no Centro de BH

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Faixas espalhadas na capital recordaram alegria do bloco e reforçaram a necessidade de cuidados neste ano (Reprodução/Instagram/@entaobrilha)

Para os belo-horizontinos apaixonados por Carnaval, este sábado (13) já começou difícil. A folia que, a essa altura, já teria tomado conta das ruas da capital deu lugar à saudade desde o finzinho da madrugada – quando, se não fosse a pandemia de Covid-19, a atração Então, Brilha teria começado o desfile que tradicionalmente abre a festa em BH. Mesmo assim, o bloco não decepcionou: pontualmente às 5h30 da manhã, a cidade recebeu o tradicional foguetório e várias outras intervenções para não deixar o momento tão querido passar em branco.

Os fogos de artifício começaram antes mesmo de o dia clarear por completo e a ação foi transmitida ao vivo nas redes sociais. Além disso, o Então, Brilha também estendeu faixas em pontos que fazem parte do trajeto do bloco. Em uma das passarelas sobre a avenida do Contorno, a frase “Gente é pra brilhar” apareceu em uma faixa preta, estendida ao som do hino do bloco e com muito glitter e fumaça rosa e amarela.

Já na avenida dos Andradas, o recado foi adaptado ao momento atual: “Vacinar, viver, brilhar”. Todas as ações foram compartilhadas nas redes sociais, usadas também pelo bloco para conscientizar os foliões, apesar da saudade. “Nação brilhante, vamos nos cuidar que em 2022 estaremos nas ruas!!!”, dizia uma das publicações. O Então, Brilha ainda promete uma programação especial para ajudar a matar um pouco da saudade. Ao longo deste sábado, serão realizadas novas ações e lives para unir os foliões online.

‘Vem logo, 2022’

Para quem se acostumou a começar o sábado de Carnaval com milhares de pessoas vestidas de amarelo e rosa e celebrando nas ruas do Centro, a ação foi uma mudança drástica. Mesmo assim, o gesto simbólico foi o suficiente para emocionar vários belo-horizontinos, que aproveitaram o momento para compartilhar a saudade e o amor que têm pelo bloco. “A essa hora em 2020, estávamos todos brilhando”, recordou uma seguidora. “Emocionante! Sábado de Carnaval não é o mesmo sem vocês… Vem logo 2022”, disse um segundo.

O gesto foi tão bem recebido que levou o nome do bloco a figurar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil. “Não é que hoje às 5h30 teve os fogos do bloco Então, Brilha? Fiquei emocionado! Mesmo não podendo ter o desfile esse ano, o bloco permanece vivo”, disse um internauta. “Me fizeram chorar. Muito lindo, mas ao mesmo tempo triste”, afirmou uma segunda.

“Homenagem linda que o bloco Então, Brilha, de BH, fez aos milhares de mortos por causa da Covid-19. Muitos destes mortos estavam, no ano passado, curtindo o Carnaval na capital mineira. Chorei!”, comentou um outro. Alguns ainda compartilharam que foram acordados pelos fogos no início da manhã e se emocionaram. “Ouvi daqui de casa, lembrei de vocês na hora! Que homenagem linda”, disse uma jovem.

Abalo emocional

O sentimento é compartilhado por milhões de pessoas em todo o país e vai muito além de apenas saudade de uma festa. Sem a tradição pela primeira vez na história da celebração, muitos dos foliões perdem não só um evento pelo qual têm carinho, mas também uma válvula de escape que ajuda a impulsionar o emocional para enfrentar o início do ano – o que seria muito bem-vindo após um 2020 de tantos desafios.

“Não poder contar com essa válvula de escape, exatamente quando as tensões se intensificam devido à pandemia, pode aumentar os sentimentos depressivos, a ansiedade e a frustração”, explicou a mestre em psicologia positiva, Flora Victória, ao Metrópoles. Segundo ela, o cancelamento da festa afeta não só quem gosta de seguir os blocos na rua, mas todos que já se acostumaram à data com mudanças: “O cancelamento acentua a quebra de normalidade que estamos vivendo”.

Reconhecer esses impactos emocionais não significa que a festa deveria ser realizada este ano. Muito pelo contrário: evitar aglomerações é uma das formas mais eficazes de frear a transmissão do coronavírus e uma ação tão importante que os próprios blocos fizeram questão de salientar, como foi o caso do Então, Brilha. Mesmo assim, assimilar essa mudança não é tão fácil.. “O conhecimento dos riscos não impede as pessoas de se sentirem deprimidas”, pontuou Flora.

Edição: Thiago Ricci
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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