O professor Hamilton Carmélio Machado da Silva, da Escola de Veterinária da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) morreu na última sexta-feira (19) em decorrência da Covid-19. Ele estava internado há dois dias lutando contra complicações decorrentes da doença.
Graduado na Escola de Veterinária em 1961, Hamilton Carmélio passou a integrar o corpo docente da universidade quatro anos depois. Ele atuava na área de Bovinocultura de Leite, no Departamento de Zootecnia. Além disso, segundo a escola, o professor teve contribuição significativa para a evolução da pecuária leiteira no Brasil, especialmente na formação de recursos humanos.
Aposentado desde 1991, Hamilton Carmélio também já havia atuado como editor científico do Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia.
‘Correto e humano’
Para o professor Ronaldo Braga, colega de departamento de Hamilton Carmélio, o amigo fica marcado como “bastante exigente e sistemático, mas também correto e humano”. Ele conta que as histórias dos dois são entrelaçadas de uma forma especial. “Foi a pessoa que acreditou em mim e me trouxe para a academia. Foi meu tutor e me incentivou o tempo todo”, lembra Braga.
Ainda segundo ele, a presença do colega na universidade também foi essencial para a história da escola. “Das pessoas com quem convivi ao longo de mais de 36 anos, foi a que mais amava a Escola de Veterinária”, afirma. Para o professor Jonas Pereira, do mesmo departamento, a morte do colega “significa a perda de um irmão, digno de enorme admiração e gratidão”.
Lista lamentável
Ainda no início deste ano, o corpo docente da UFMG já havia encarado outras perdas difíceis – duas delas apenas em um dia. No fim janeiro, morreu o professor Michel Marie Le Ven, do Departamento de Ciência Política. Assim como ele, o ex-diretor da Escola de Veterinária e ex-presidente da Fump (Fundação Universitária Mendes Pimentel), o professor Paulo Roberto Carneiro, também morreu no mesmo dia.
Carneiro, que foi docente do Departamento de Zootecnia e passou pelos cargos de vice-diretor e diretor da Escola de Veterinária morreu em decorrência de um mal súbito enquanto dormia. Já Le Ven, que nasceu no norte da França e veio para BH – onde chegou a ser preso por “práticas subversivas” durante o período mais sombrio da Ditadura Militar – em 1965, lutava contra o Alzheimer há algum tempo e acabou não resistindo a uma insuficiência cardíaca e respiratória.
Com UFMG e Escola de Veterinária