Bolsonaro diz que não tem dinheiro para auxílio e volta a criticar imprensa

jair bolsonaro falando com microfone na mao
O presidente voltou a dizer que não há condição de manter o auxílio (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar sobre a escassez de recursos para garantir o auxílio emergencial e reclamou das cobranças que vem sofrendo por suas ações durante a pandemia de Covid-19. Na manhã desta quarta-feira (3), Bolsonaro afirmou que o país não tem dinheiro para pagar o auxílio e insinuou que a imprensa “criou pânico” no dia em que o país bateu recorde de vidas perdidas para a doença.

O pagamento do auxílio, que chegou atender 60% da população brasileira em 2020, tem sido debatido pela oposição desde que foi cortado. “Uma coisa tem que ficar bem clara perante a todos aqui: nós não temos dinheiro em caixa. Tudo o que fazemos no tocante a auxílio emergencial é endividamento”, declarou Bolsonaro, após almoço com embaixadores de países do Golfo. As informações são do Metrópoles.

A última parcela do auxílio emergencial foi paga no dia 29 de dezembro de 2020, e os últimos saques foram feitos durante o mês de janeiro. De abril a dezembro, foram investidos R$ 322 bilhões para pagar o auxílio emergencial no valor de R$ 600 mensais e as parcelas extras do auxílio extensão – de R$ 300 – , segundo a Caixa.

‘O vírus sou eu’

Além de cortar as chances da renovação do auxílio emergencial, o presidente também voltou a criticar a imprensa nesta quarta. Diante do número recorde de mortes por Covid-19, da falta de leitos e do baixo índice de pessoas vacinadas no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou suas críticas aos jornalistas.

“Para a mídia, o vírus sou eu”, disse Bolsonaro a apoiadores no jardim do Palácio da Alvorada nesta manhã. Segundo o presidente, os veículos de comunicação seriam os responsáveis por instaurar o pânico nesta que é considerada por muitos especialistas a fase mais difícil da pandemia até hoje.

“Criaram pânico, né? O problema está aí, lamentamos. Mas você não pode entrar em pânico. Que nem a política, de novo, de ‘fique em casa’. O pessoal vai morrer de fome, de depressão?”, disse Bolsonaro, ampliando as críticas aos o governadores que, vendo o sistema de saúde de seus estados em colapso ou prestes a colapsar, têm asseverado medidas restritivas.

 1.700 mortes em 24h

Nessa terça-feira (2), o Brasil registrou 1.726 mortes por Covid-19 – maior número diário de vidas perdidas de toda a pandemia. O país também registrou, pelo quarto dia consecutivo, a maior média móvel de óbitos pela doença, 1.274. A média de mortes já está há 41 dias acima de 1.000.

A média móvel é recurso estatístico que busca dar uma visão melhor da evolução da doença ao atenuar números isolados que fujam do padrão. Ela é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete. O recorde anterior da média era de 1.223. Já o recorde anterior de mortes em 24 horas pertencia ao dia 25 de fevereiro 2021, com 1.582 mortes.

Os dados elevados podem, em parte, ser explicados por atrasos de notificação relativos a domingo e segunda. De toda forma, a última segunda-feira teve o 2º maior número de mortes de uma segunda durante toda a pandemia.

Com Folhapress

Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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