‘Chega de frescura’: Bolsonaro critica fechamentos e minimiza pandemia

Jair Bolsonaro
Presidente ainda ironizou quem pede a compra de vacinas contra Covid-19 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a minimizar a pandemia de Covid-19, nesta quinta-feira (4), um dia depois de o Brasil bater mais um recorde de mortes causadas pela doença. “Chega de frescura e de ‘mimimi’. Vão ficar chorando até quando?”, declarou o presidente. Ainda hoje, ele ironizou quem pede a compra de vacinas contra a Covid-19, e rebateu: “só se for na casa da tua mãe”.

“Vocês não ficaram em casa, não se acovardaram. Nós temos que enfrentar nossos problemas. Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbidades. Mas onde vai parar o Brasil se só pararmos?”, disse Bolsonaro, em pronunciamento a produtores rurais durante inauguração de um trecho de uma ferrovia em São Simão, Goiás.

Sem vacina

Já em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o presidente fez outra declaração ironizando a população que pede medidas de contenção da pandemia vindas do governo federal. “Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] ‘vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua mãe. Não tem para vender no mundo”, disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores, sem máscara.

A cidade que o presidente visitou está entre os municípios mineiros com risco iminente de colapso do sistema de saúde. A situação é tão crítica que fez com que o governador Romeu Zema (Novo), decretasse toque de recolher na região a partir de hoje. Antes mesmo da decisão estadual, Uberlândia já havia imposto a norma por meio de decreto municipal. De acordo com a Secretaria de Saúde da cidade, os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estão 100% ocupados.

Nessa quarta-feira (3), dia em que o país bateu recorde de mortes por Covid-19, Bolsonaro também não deixou de criticar as medidas de contenção do avanço da doença. “No que depender de mim nunca teremos lockdown. Nunca, uma política que não deu certo em lugar nenhum do mundo. Nos Estados Unidos vários estados anunciaram que não têm mais [lockdown]. Não aguenta mais. O cara quando fecha uma empresa, 10, 12 pessoas mandadas embora, dificilmente arranja emprego novamente”, declarou.

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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