Mulher acha larva em comida de hospital mineiro e denuncia desleixo

larva em comida
Alimento contaminado foi servido a paciente de Governador Valadares (Lidia Pires/Arquivo Pessoal)

Imagine só estar internado com um problema intestinal e descobrir larvas na comida que o próprio hospital te serviu. Quem viveu situação parecida foi uma moradora de Governador Valadares, na região do Rio Doce. Lidia Pires estava acompanhando a filha, que deu entrada no Hospital Municipal com apendicite, quando achou duas larvas no jantar servido no local. Com nojo da situação e pouco amparo do centro de saúde, a família fez uma denúncia nas redes sociais que revoltou várias pessoas.

“Foi na hora da janta. A canjiquinha estava cheirosa, mas a sorte é que, quando eu vou comer as coisas, eu observo muito. Estava separando quando vi as duas larvas. Na hora, eu pensei ‘não, não pode ser isso aqui não'”, conta Lidia ao BHAZ. Ela relata que chegou a mostrar o alimento para outra pessoa que estava no local, que também viu as larvas. O transtorno veio após três dias acompanhando a filha, de apenas 7 anos, na internação.

A mãe conta que, diante do motivo pelo qual a menina precisou de tratamento, foi ainda mais revoltante ver a larva na comida. “Ela estava com tanta vontade de comer… Eu nem falei com ela o que era, porque, se falasse, ela teria vomitado. Ela entrou com problema de apendicite e uma inflamação intestinal. Imagina ela comendo larva?”, conta Lidia. Ela afirma ainda que, como não precisa ir ao hospital com frequência, esta foi a primeira vez que detectou o problema, mas as reclamações a respeito da comida do local não são novidade.

‘Quem come lavagem é porco’

Segundo a mulher, esta não é a primeira vez que a má qualidade do serviço chama atenção. “Eu acho que eles deveriam olhar mais aquele hospital, porque a comida é um horror de comida. Fui lá e reclamei, mas isso foi depois que todo mundo no meu quarto já tinha comido”, lembra Lidia. A mãe da paciente conta ainda que já se frustrou com os pratos servidos em outras ocasiões. “Eu acho uma falta de respeito com o ser humano, porque acho que quem come lavagem é porco e a gente é ser humano”, lamenta.

“É um absurdo, porque nós somos pacientes, minha filha era paciente… A gente entra lá com uma coisa e sai com outra. É perigoso sair até com uma infecção intestinal. Nem os presos, que estão na cadeia, comem aquela comida. Tem dia que é só Deus para ter misericórdia”, continua a mulher. Segundo ela, também já aconteceu de o local servir comidas mal preparadas, como frango cru, frango com quiabo aguado, entre outros: “Parece uma lavagem aquilo lá”.

Assim que detectou o problema, Lidia ainda tentou resolver a situação – e conta que foi muito bem tratada pela enfermeira com quem conversou. O hospital, no entanto, não a procurou para prestar qualquer tipo de satisfação. “Eu só não reclamei mais porque elas me deram toda atenção. A enfermeira disse que nem sabia o que falar comigo, aí ela foi e tirou foto. Eu também tirei foto para não falarem que eu era mentirosa, mas isso foi depois que todo o hospital já tinha comido”, relata.

‘Lamentável’

No dia seguinte, a filha de Lidia recebeu alta e elas voltaram para casa. Sem nenhum retorno sobre o episódio, a família decidiu fazer uma publicação nas redes sociais para alertar outros pacientes. “Imagina quantas mães e acompanhantes não viram e alimentaram suas crianças ou outras pessoas hospitalizadas ali com a canjiquinha vencida e servida para todo o hospital”, lamentou a irmã de Lidia, autora da publicação.

No post, que já foi visto por centenas de pessoas, a mulher pede que instituições de saúde de modo geral tenham mais cuidado com a compra e o armazenamento de alimentos e cuidem da forma como eles são entregues aos pacientes. “Cuidado, meu povo, observem o que os seus hospitalizados estão comendo, porque podem entrar com algo fácil de ser resolvido e sair de lá com uma infecção, reação alérgica, intoxicação”, diz a tia da criança, que ainda desabafa: “Lamentável”.

O que diz o hospital?

O BHAZ tentou entrar em contato com a Prefeitura de Governador Valadares por telefone entre as 14h e as 16h deste sábado, mas não obteve sucesso. Em ligação feita ao Hospital Municipal de Governador Valadares por volta das 14h40, uma funcionária informou à reportagem que a equipe responsável pelo atendimento à imprensa não estava disponível e pediu que um novo contato fosse realizado mais tarde. Às 16h, horário indicado pelo hospital, voltamos a entrar em contato, mas ainda assim não houve resposta. A Secretaria Municipal de Saúde também foi procurada via email.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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