Desempregado e em breve sem moradia: Motorista de app, pai de cinco filhos, pede ajuda

motorista app
O motorista Fernando ao lado da esposa Priscila e de três dos cinco filhos (Priscila Braga/Arquivo pessoal)

Atualização às 10:46 do dia 19/04/2021 : Após a publicação desta reportagem, Fernando foi procurado por várias pessoas dispostas a ajudar e conseguiu sair da fase difícil. A família voltou a entrar em contato com o BHAZ e afirmou que, graças à ajuda do público, não precisa mais de doações - por isso, os contatos foram retirados da matéria. Caso você queira ajudar, confira no fim desta reportagem histórias de outros moradores e organizações de BH e Minas que precisam de ajuda para enfrentar o momento difícil.

O surgimento da Covid-19 impacta a vida de milhões de brasileiros em diferentes níveis há mais de um ano. Na capital mineira, milhares de belo-horizontinos lidam não só com a pandemia, mas também com as consequências das chuvas de janeiro do ano passado, o mês mais chuvoso da história da cidade.

Além de se preocupar com a perda da casa em que vivia com a família, atingida por um temporal no início de 2020, o motorista Fernando Braga precisa se desdobrar para tentar pagar as contas – já que, em tempos de coronavírus, as corridas realizadas por ele, por meio de aplicativos de mobilidade, diminuíram bastante. E a situação aperta ainda mais para o chefe de família que tem cinco crianças, dois deles com necessidades especiais. Vamos ajudar?

“Eu sou casado e tenho cinco filhos. Três são biológicos e dois do meu segundo casamento. Eles têm 10 anos e são gêmeos. O Yago nasceu com paralisia cerebral e o Yuri com problema de coração, os dois precisam de acompanhamento de perto e por isso a minha esposa não trabalha fora de casa”, contou o motorista ao BHAZ.

Com poucas alternativas para sustentar a família, Fernando passou a rodar com um bilhete pregado no banco do veículo que usa para fazer corridas. O pedido de ajuda foi publicado no Twitter, nesta quarta-feira (31), e viralizou.

“O aplicativo com a pandemia tá muito complicado, tá muito ruim. Tem muita gente desempregada trabalhando com isso e a demanda tá muito complicada pra gente, hoje em dia eu estou passando aperto para pagar o carro alugado, para você ter noção”, explica. “[Antes da pandemia] estava bem melhor, pelo menos tinha a escola, faculdade, pessoal fazia festa, tinha corrida direto, agora não tem mais nada, tudo fechado. Hoje, eu estou desde de 2h da manhã na rua. Em oito horas, eu só consegui pegar duas viagens”, lamenta.

Sem casa

Para complicar ainda mais a situação, o motorista está morando de favor em uma residência do irmão, desde que a maior chuva da história da capital mineira atingiu a casa que ele tinha acabado comprar. “No finalzinho de 2019, conseguimos adquirir um barraquinho lá no bairro Taquaril. Com a chuva forte, o lote é um pouco acidentado, como na época a gente tinha acabado de comprar e ninguém ainda morava lá, a saída de água entupiu e a casa encheu de água”, relata.

Fernando tinha quitado apenas o valor da entrada. Desta forma, além do aluguel do carro, o motorista ainda precisa pagar, todo mês, a prestação de uma casa que não pode mais morar. “Toda a parte de esgoto, elétrica, ficou comprometida, e o banheiro cedeu totalmente”, conta.

Para completar, em breve ele poderá ficar sem uma moradia, pois a ajuda do irmão foi apenas temporária. Fernando precisará se retirar da casa em dois meses. “Tem muito tempo que ele estava pensando em vender e agora ele conseguiu um comprador, que me deu dois meses para sair do barraco. A casa que nós temos está sem porta, janela, piso, eu tive que pagar a rede de esgoto toda de novo, a parte elétrica tá toda danificada… e estamos sem condição de realizar a obra”, explica.

O banheiro ficou todo destruído com as chuvas (Priscila Braga/Arquivo pessoal)

“Nós estamos tentando, lutando, por falta de luta não tá sendo. Eu acordo cedo todo dia, durmo tarde, a minha esposa também tenta fazer o possível, o impossível, e a gente está tentando regular o máximo possível. Eu até brinquei com a minha esposa esses dias, perguntei qual foi a última vez que ela entrou em um açougue”, conta.

Convite

Fernando deixou um convite para quem quiser conhecê-lo, assim como a família. “Para quem quiser conhecer um pouco mais da nossa história, eu ainda moro ao lado do Shopping Boulevard, na favelinha do bairro União, se alguém quiser nos conhecer, conhecer a nossa família, estamos à disposição”.

Para conseguir a casa de volta, o motorista ainda precisa de muito material de construção. “Preciso refazer toda a parte elétrica, fiação, colocar tomada, apagador, lâmpada, janela… parte do banheiro eu não tenho nada, só levantei a parede e nós rebocamos, precisamos de pia, vaso. Eu vou até mesmo sem acabamento, eu nem estou olhando cerâmica, porque eu sei que as coisas estão difíceis”, relata.

A esposa de Fernando também aceita doações em roupa, para ajudar na venda em um bazar (Priscila Braga/Arquivo pessoal)

Por fim, o motorista pede para que o contato seja feito com Priscila, esposa dele. “Eu prefiro que entrem em contato com minha esposa. Como eu trabalho o dia inteiro, fica difícil de atender, para mim é muito complicado mesmo. Eu fico com muito medo da pessoa achar que eu estou desdenhando”, explica.

Vamos ajudar?

Após a publicação desta reportagem, Fernando foi procurado por várias pessoas dispostas a ajudar e conseguiu sair da fase difícil. A família voltou a entrar em contato com o BHAZ e afirmou que, graças à ajuda do público, não precisa mais de doações – por isso, os contatos foram retirados da matéria.

A realidade, no entanto, continua muito dura para boa parte da população. Caso você queira ajudar, veja aqui histórias de outros moradores e organizações de BH e Minas que precisam de ajuda para enfrentar o momento difícil.

Edição: Roberth Costa

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!