BH enterrou 43 pessoas por dia em março, quase o dobro de 2020

cemitério do bonfim
Prefeitura adotou plano preventivo para tentar evitar colapso do sistema funerário (Divino Advincula/PBH)

Não é só o sistema de saúde de Belo Horizonte que tem sofrido para comportar os impactos da pandemia de Covid-19. Com a escalada de casos e o agravamento observado nas últimas semanas, os cemitérios da capital também ilustram o triste cenário. O mês de março deste ano bateu recorde de sepultamento: foram 1.358 enterros realizados, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, quando foram feitos 933.

E o número engloba apenas os sepultamentos feitos nos quatro cemitérios municipais – da Paz, Bonfim, Consolação e Saudade. O balanço, feito pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, aponta que o mês de março foi o pior não só desde o início da pandemia, mas também dos últimos cinco anos. Foram sepultadas, em média, 43,8 pessoas por dia na capital.

Até então, o recorde havia sido registrado em julho de 2020, período tido como o pico da crise de saúde. À época, a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) contabilizou 1.280 sepultamentos – 78 a menos do que o registrado no último mês. O número é altíssimo mesmo considerando a situação extrema imposta pela pandemia.

Para se ter uma ideia, no mês anterior, fevereiro, a capital enterrou 875 pessoas, quase 500 a menos do que em março. Desde a chegada do coronavírus a BH, há pouco mais de um ano, o total de sepultamentos mensais só havia passado de mil em outros três meses: janeiro de 2021 e julho e agosto de 2020.

Plano preventivo

Diante da situação caótica, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica traçou um plano preventivo para as necrópoles municipais. As ações incluem a compra de equipamentos de proteção e treinamento de funcionários, além de medidas de restrição e “antecipação preventiva de disponibilidade de infraestrutura para sepultamento, mantendo sempre uma reserva técnica de segurança no número de jazigos disponível”, conforme explicou a autarquia, em nota.

A Fundação esclareceu ainda que faz acompanhamento diário dos boletins epidemiológicos disponibilizados pela prefeitura e, com base neles, previu ações e estratégias para os diversos cenários possíveis da pandemia. “[O monitoramento] vem permitindo adotar, de forma imediata, todas as medidas necessárias para manutenção da qualidade de atendimento ao munícipe”, afirmou.

No entanto, a fundação reforça que os recursos são limitados e não é possível saber se serão suficientes nos mesmos padrões adotados atualmente, já que “não é possível afirmar se os números da pandemia vão continuar subindo e por quanto tempo continuarão na crescente”. “Embora ainda haja capacidade de ampliação de atendimento, os cemitérios municipais já trabalham em sistema de alerta máximo, diante da sobrecarga causada pela elevação dos números da pandemia”, concluiu.

Média de sepultamentos

Confira abaixo o total de sepultamentos nos cemitérios municipais e a média registrada por mês desde o início da pandemia, conforme balanço da PBH:

2020

  • Março: 933 – 30,10/dia
  • Abril: 783 – 26,10/dia
  • Maio: 851 – 27,45/dia
  • Junho: 950 – 31,67/dia
  • Julho: 1.280 – 41,29/dia
  • Agosto: 1.080 – 34,84/dia
  • Setembro: 933 – 31,10/dia
  • Outubro: 716 – 23,10/dia
  • Novembro: 774 – 25,80/dia
  • Dezembro: 972 – 31,84/dia

Total do ano (incluindo os dois meses que antecederam a chegada do vírus): 10.954

2021

  • Janeiro: 1.114 – 35,94/dia
  • Fevereiro: 875 – 31,25/dia
  • Março: 1.358 – 43,81/dia

Total do ano até o momento: 3.347

Edição: Vitor Fernandes
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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