Polícia Civil alerta para aumento da circulação de nova droga sintética

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Substância pode ser prejudicial para a saúde e levar à morte (Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou um alerta para a população, nesta segunda-feira (5), a respeito do aumento da circulação de uma nova droga. Os nomes populares da substância são Spice, K2, K10 ou maconha sintética, e ela é classificada cientificamente como canabinoides sintética. O alucinógeno apresenta grande risco à saúde e pode até levar à morte por overdose, segundo estudos recentes. A droga possuía fins terapêuticos, mas não passou pelo registro oficial devido aos seus efeitos colaterais.

De acordo com a corporação, o número de apreensões indica um aumento expressivo na identificação desse tipo de entorpecente. O perito criminal do Instituto de Criminalística, Pablo Alves Marinho, explicou que, das drogas sintéticas analisadas pela Polícia Civil recentemente na forma de papel (semelhantes a selos de LSD), cerca de 30% delas tratam-se de canabinoides sintéticos. “A droga é chamada popularmente de maconha sintética, por ser sintetizada em laboratórios. Mas, diferente da natural (cannabis), o abuso pode provocar overdose e morte, conforme relatos em diversos países”.

Efeitos nocivos: psicose, paranoia, confusão mental

Os efeitos colaterais nocivos do consumo dos canabinoides sintéticos incluem psicose, paranoia, confusão mental, irritabilidade, automutilação, taquicardia e arritmia. “Em alguns casos, um único consumo é suficiente para provocar overdose”, alertou o perito. “Por se tratar de uma droga nova no mercado ilícito, não há como o usuário saber sobre a quantidade da droga incorporada no papel, não havendo consumo seguro dessas substâncias”, esclareceu.

Segundo a United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), agência da ONU responsável por controlar as drogas ilícitas em todo o mundo, os primeiros relatos da maconha sintética são de 2008. Ainda de acordo com a agência, de 2009 a 2020, os laboratórios forenses ao redor do mundo reportaram mais de mil substâncias novas psicoativas em circulação.

Inicialmente, algumas dessas substâncias químicas passaram por sintetização para fins terapêuticos mas, dado os efeitos colaterais, os profissionais não as registraram para tratamentos médicos. “Ficaram conhecidas como maconha sintética porque as moléculas dessas drogas ativam os mesmos receptores que o THC (princípio ativo da maconha), porém com mais potência”, revelou Pablo. Desde então, observou-se a popularização da droga em vários países. “É preocupante o aumento abrupto de circulação dessas drogas em Minas Gerais”, afirmou o policial, baseando-se em análises periciais.

Droga pode chegar ao Brasil nas formas líquida ou em pó

O laboratório de química do Instituto de Criminalística é o responsável por periciar todas as drogas sintéticas apreendidas no estado. O local conta com cromatógrafos sofisticados, equipamentos essenciais na realização do exame de detecção de substâncias ilegais. Há indícios de que a maconha sintética, cuja origem está em laboratórios espalhados pelo mundo, chegue ao Brasil nas formas líquida ou em pó.

A partir disso, o tráfico contribui para a distribuição ilegal da droga, sobretudo para jovens com alto poder aquisitivo. “Alertamos para o alto risco à saúde, uma vez que o público pode nem saber o que está consumindo”, destacou o perito criminal. Ele também esclareceu que a droga é incorporada usualmente em papel ou misturada a ervas diversas — que em si não são entorpecentes — e, em seguida, queimada e inalada.

Onde procurar tratamento para a dependência de drogas:

O Centro de Acolhimento SOS Drogas oferece, de maneira gratuita, apoio psicológico e ações direcionadas à reinserção social para usuários de drogas e seus familiares. Os profissionais especializados do SOS Drogas encaminham o dependente químico, em caso de necessidade, para fazer tratamento em instituições especializadas ou grupos de mútua ajuda. Qualquer pessoa que necessite de atendimento nos 853 municípios de Minas Gerais pode entrar em contato através do número de telefone (31) 3915-2841. Horário de atendimento: segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. 

Para quem mora em Belo Horizonte, é possível procurar o acolhimento diretamente na sede do Centro de Referência Estadual em Álcool e outras Drogas (Cread), que fica na Rua Espírito Santo, 495, 6º andar, no Centro. O horário de atendimento é das 7h30 às 17h. O órgão responsável pelo auxílio é a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDESE). Aos usuários e familiares, o atendimento é oferecido nos seguintes grupos de apoio:

  • Grupo de Acolhimento: Acolhe o usuário e minimiza os impactos causados pelo abuso de drogas, motivando-o para o tratamento. 
  • Grupo de Família: Acolhe e orienta a família do usuário, minimizando os impactos provocados pelas drogas nas relações familiares. 
  • Grupo Amor Exigente: Envolve toda a família e trabalha a prevenção à experimentação ao uso de drogas, além da mudança de comportamentos no ambiente familiar. O grupo ainda prepara e apoia a família dos usuários que desejam se reinserir socialmente, além da prevenção a eventuais recaídas. 

Com Agência Minas

Edição: Roberth Costa
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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