A cuidadora de idosos que se passava por enfermeira e aplicava suposta vacina contra o novo coronavírus “imunizou” famílias de um edifício de luxo no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte. Cláudia Mônica Pinheiro foi até o imóvel antes de supostamente vacinar empresários e políticos mineiros na garagem de uma empresa de ônibus. As informações são da Itatiaia.
A vacinação liderada por Cláudia teria começado em 5 de março e, segundo o que as investigações apontam até agora, três famílias de um prédio teriam recebido a dose do imunizante que custou R$ 600. Um vídeo obtido pela Itatiaia mostra a falsa enfermeira entrando na portaria do edifício. Os apartamentos localizados na edificação custam, aproximadamente, R$ 10 milhões. Cláudia foi ao local em três datas: 5, 17 e 22 de março.
Um empresário, dono de um haras em Florestal, na região Central de Minas Gerais, está entre as pessoas que receberam a suposta vacina. A dose foi aplicada nele no dia 5 de março. Existe a suspeita de que ele tenha sido a pessoa que aproximou Cláudia dos irmãos Rômulo e Robson Lessa, que também são empresários, mas do setor de transporte em Minas. A vacinação clandestina aconteceu em uma garagem, conforme revelado pela piauí.
Imunizante falsificado
A Polícia Federal segue na investigação do caso e hoje (6) o dono do haras foi intimado para depor. A suposta imunização organizada pelos irmãos Lessa aconteceu nos dias 22 e 23 de março. A corporação trabalha com a hipótese de que os imunizantes aplicados por Cláudia eram falsos e não teriam efeito para proteger as pessoas contra a Covid-19. Na casa dela foi apreendido soro fisiológico, o que reforça a hipótese de que as vacinas não eram verdadeiras.
Cláudia chegou a ser presa na última quarta-feira (30), mas o TRF-1 (Tribunal Regional Federal) concedeu liberdade provisória para a cuidadora de idosos, após a defesa apresentar um habeas corpus.