A ex-participante do BBB 21 Carla Diaz contou em suas redes sociais, nesta quinta-feira (7), que terá que prestar esclarecimento na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais) por ter sido vítima de preconceito racial. Segundo a atriz, o inquérito está instaurado para apurar se a ex-BBB sofreu o crime no período que participou do reality. No vídeo postado, a artista disse que a situação é um absurdo, e que “racismo reverso” não existe. De acordo com o Hugo Gloss, o responsável pela denúncia é o deputado estadual do Rio de Janeiro Anderson Moraes (PSL).
Conforme o documento, Carla Diaz é apontada como vítima, e a também ex-participante do BBB 21 Lumena Aleluia é denunciada por comentários feitos sobre Carla. A psicóloga chegou a criticar a atriz durante o programa, dizendo que ela era “toda cagada na branquitude” e “desbotada e sem melanina”. Entretanto, isso não pode ser considerado como “racismo reverso” pelo fato do suposto crime não existir, assim como pontuou a própria Carla, ao fazer o relato no Instagram.
No vídeo, a atriz disse que decidiu tornar o caso público para que as pessoas saibam as situações por ela e não criem fake news ou distorções, como a própria citou. “Essa semana eu fui surpreendida por um policial da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais). Sim, bateram na minha porta”. Carla Diaz contou que ficou assustada, e revelou que uma pessoa havia pedido para que a delegacia abrisse a investigação. “Alguém pediu para a delegacia instaurar um inquérito, e eu vou ter que prestar esclarecimento sobre um procedimento de preconceito racial, sim, como se eu fosse a vítima”.
‘Acho isso tudo um absurdo’
“Sim, como se eu tivesse sido vítima de discriminação”, disse a ex-BBB, demonstrando indignação. “Quero dizer que eu acho isso tudo um absurdo. Não tenho mais detalhes, o meu advogado já está vendo isso, e assim que eu tiver mais informações eu aviso vocês”. A atriz aproveitou para destacar que “racismo reverso” não existe, e relembrou as discussões sobre etnia que estão acontecendo no reality, nos últimos dias.
“Eu acho importante afirmar aqui que racismo reverso não existe. Gente, por favor, vamos ler, vamos nos informar, a internet está aqui para isso. O programa debateu racismo a semana toda. Eu estou muito chateada com essa situação, ainda mais porque tudo isso começou quando eu ainda estava na casa, usaram o meu nome sem o meu conhecimento para me colocar nessa situação”, finalizou Carla. Veja o vídeo completo do relato da atriz:
Oie! Como vocês estão? Hoje vim falar com vocês sobre um assunto muito sério que aconteceu. E é sempre melhor que vocês saibam das coisas por mim. pic.twitter.com/iuek2BbLGQ
— Carla Díaz ? (@Carladiaz) April 8, 2021
Internautas reagem
O comunicado de Carla Diaz gerou bastante repercussão na web nesta tarde, e a frase “racismo reverso não existe” ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter. O nome do vereador Thammy Miranda, filho da cantora Gretchen, também entrou na discussão. Os internautas relembraram o episódio em que o político quis processar Lumena Aleluia por “racismo reverso” contra a atriz, no mês de fevereiro. Confira o desdobramento:
Tammy protestou tanto pelo “racismo reverso” que Carla Diaz teria sofrido no BBB, mas onde ele enfiou a voz com o episódio vivido pelo João?
— Ashley Malia ? (@ashleymlia) April 8, 2021
Pois bem, agora Carla Diaz teve que explicar pro público que racismo reverso não existe e que não fazia sentido ela ser vítima.
2021…
Pois eu espero que ela ainda processe o deputado oportunista que quis se aparecer com essa palhaçada aí
— ?⭐ dona Geralda servindo arroz doce (@advogabe) April 8, 2021
Vocês têm noção que ontem a Carla precisou lembrar que pandemia existe e hoje que racismo reverso não existe.. O Brasil virou um show de horror mesmo!
— karina paranauê (@karinacomenta) April 8, 2021
o murro no t*mmy que ao invés de criar e apoiar projetos para ajudar a população trans de rua de são paulo(que só cresce)principalmente durante a pandemia
— ?️⚧️diário de umA travesti (@alinadurso) April 8, 2021
ta no twitter querendo incriminar pessoas negras por algo que só existe na cabeça dele pic.twitter.com/TsUGnhfag1
‘Racismo reverso’ não existe
Vale ressaltar que o racismo reverso não existe. Segundo o site Alma Preta, “o racismo é fruto de um mito criado sobre a cor de pele negra na qual o fenótipo (conjunto de características físicas de uma pessoa) são os escolhidos para terem criado um ódio e características negativas à pessoas com concentração alta de melanina. A essas pessoas foram atribuídas diversas características negativas (gente amaldiçoada, suja, violenta, cabelo duro e ruim e etc), sustentadas pelas elites sociais em todas as épocas da história da humanidade, que se inseriram e perpetuaram no imaginário social, mantidas até os dias atuais”.
Veja mais explicações abaixo e o artigo completo aqui.
“Ao contrário do racismo, como já vimos que é um fenômeno antinegro, o preconceito pode ter muitas vertentes, entre elas a própria questão racial, mas não só ela. Pode-se ter preconceito pela roupa de uma pessoa, o cabelo, o local onde mora, a orientação sexual, enfim uma quantidade infinita de tipos preconceitos.
Por isso, quando uma pessoa branca sofre algum tipo de agressão verbal relacionada à sua cor, ela não pode dizer que sofreu racismo reverso, porque o racismo é única e exclusivamente direcionado a pessoa negra. A pessoa branca nesse caso sofreu um preconceito, uma discriminação ou uma injúria racial que esta relacionada à ofensas contra a honra da vítima, independente de seu fenótipo. Racismo é um crime histórico que foi criado pelo ódio à etnia negra e que matou e continua a matar milhares de pessoas negras em todo o mundo”.