Cavalo é sacrificado após ser atropelado por caminhão em Nova Lima

Cavalo sacrificado Nova Lima
Animal foi sacrificado em via pública (Reprodução/Redes sociais)

Uma cena chocante de um cavalo sendo sacrificado com um tiro em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, tomou as redes sociais nas últimas horas. O animal havia acabado ser atropelado por um caminhão e apresentava diversos ferimentos. O procedimento foi correto, segundo especialistas ouvidos pelo BHAZ. A prefeitura anunciou que vai apurar o caso.

O cavalo transitava pelo canteiro central da avenida José Bernardo de Barros quando, por volta das 16h, se assustou e invadiu a via. O motorista de um caminhão, que trafegava naquele momento, não conseguiu desviar. O tutor do animal pulou a tempo, mas o cavalo acabou sendo atropelado.

Um médico veterinário da Prefeitura de Nova Lima examinou o animal e constatou que a canela esquerda traseira estava quebrada, além de outros graves ferimentos. Diante da gravidade das lesões, o especialista, conforme registrado pela PM, prescreveu a eutanásia do cavalo por meio de um disparo de arma de fogo. O veterinário teria afirmado, ainda, que a injeção letal não era a ideal por causa do local e pela reação do animal – além da demora para a aplicação que prolongaria a dor do cavalo.

O BHAZ optou por não publicar o vídeo do momento da execução do animal.

Procedimento correto

Apesar do choque com a imagem que viraliza pelas redes sociais, o procedimento foi correto. Ao menos é o que a integrante do Movimento Mineiro pelos Direitos Animais, Adriana Araújo, afirma ao BHAZ. “A pata traseira ficou estraçalhada e ele não conseguiria se locomover. Retirá-lo dali seria expor a mais sofrimento”, afirma a referência na defesa dos animais em Minas Gerais.

“Dada a gravidade em que o animal estava, a eutanásia foi unânime entre todos os especialistas. Acredito que poderia ter tampado o cavalo para causar um impacto menor nas pessoas que por lá estavam. A cena é chocante e todo mundo já está abalado com tudo que vem acontecendo [em decorrência da pandemia]”, reforça e pondera Adriana.

‘No colo da prefeitura’

A ativista defende o sacrifício, mas critica a postura da Prefeitura de Nova Lima por permitir a exposição do animal nas vias públicas. “Todo mundo está condenando a PM e esquecendo da prefeitura. Passou da hora de ser proibido o trânsito de cavalo montado no meio urbano. A proteção animal de Nova Lima está há anos na luta por isso”, afirma.

“O caldo entornou agora. É um descaso que vem de anos e de várias gestões. O cavalo é exposto e coloca outras pessoas em risco. Esta conta tem que ser colocada no colo da prefeitura”, complementa Adriana Araújo, que também critica o tutor. “O movimento repudia a prefeitura e o cavaleiro, pois ele foi negligente em andar com o cavalo naquele espaço. Cadê ele para chamar um veterinário e garantir uma eutanásia ética?”, indaga.

A reportagem não teve sucesso em encontrar o responsável pelo animal. O texto será atualizado tão logo ele queira se manifestar.

Investigação

A Prefeitura de Nova Lima, por meio de nota, afirmou que “vai criar uma comissão multidisciplinar, inclusive com a presença de entidades protetoras dos animais, para apurar os fatos e realizar a discussão de procedimentos adotados nesses casos no âmbito municipal”. A investigação do caso é defendida por Adriana.

“A morte trágica deste animal não pode ser em vão. É preciso uma apuração rigorosa e a implementação de política pública de proteção aos cavalos em Nova Lima”.

O Executivo municipal foi questionado pela reportagem se estuda proibir o trânsito de cavalo montado no meio urbano. Até a publicação desta matéria, o retorno não havia sido enviado. O texto será atualizado assim que a gestão responder a demanda.

Nota da Prefeitura de Nova Lima na íntegra

“A Prefeitura de Nova Lima informa que tomou conhecimento, na tarde de ontem (7/4), de uma ocorrência de atropelamento envolvendo um cavalo e que um médico veterinário presente no local recomendou a eutanásia imediata do animal, que foi autorizada pelo tutor.

O Governo Municipal comunica que vai criar uma comissão multidisciplinar, inclusive com a presença de entidades protetoras dos animais, para apurar os fatos e realizar a discussão de procedimentos adotados nesses casos no âmbito municipal.

A Prefeitura lamenta que cenas tão tristes e chocantes tenham ocorrido na presença das pessoas que passavam pelo local”.

Edição: Thiago Ricci
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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