O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticou a postura adotada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia do novo coronavírus. Para o político mineiro, o Palácio do Planalto menosprezou um “inimigo tão perigoso”. A afirmação foi feita em entrevista coletiva realizada hoje (8), em que a escassez de sedativos para pacientes intubados também foi destaque.
Ao começar a comentar o desempenho do governo Bolsonaro no enfrentamento à Covid-19, Zema lembrou que “países mais populosos terão número maior de casos e, consequentemente, de óbitos”, mas que isso não justifica o fato do país ter o maior número de mortos diariamente. “Quando analisamos óbito por milhão de habitantes, fica claro que o desempenho do Brasil não é bom. Poderia ser muito menor”.
“Lamentamos que este inimigo tão perigoso tenha sido menosprezado lá atrás”. Mesmo com ressalvas a respeito da condução da pandemia, o governador de Minas afirmou que “culpar é muito fácil” e “dar a solução que é difícil”.
Zema disse que são “raríssimos” os países que foram “realmente bem na pandemia”. “Aqueles que são tipo uma ilha, como a Austrália e a Nova Zelândia e conseguem barrar a entrada de pessoas e não têm fronteiras, estes conseguiram conduzir de forma adequada”.
Falta de sedativos
Pacientes que estão intubados tratando a Covid-19 dependem de sedativos e, neste momento, a maior preocupação do Governo de Minas é “a falta” deles, conforme disse Zema. “As unidades hospitalares sempre trabalharam com estoque de 60 dias e, hoje, muitos tem de 1, 2 e 3 dias. Corremos o risco de pacientes intubados acordarem porque faltou sedativo e isso não pode ocorrer de forma alguma”.
A falta dos sedativos ocorre por conta da mudança na aquisição e distribuição por parte do Ministério da Saúde. “Não estão conseguindo distribuir na velocidade adequada… O consumo aumentou quase dez vezes mais. Precisamos deixar claro que a situação é crítica e amanhã podemos ter notícias desagradáveis com relação a isso, caso o fornecimento não seja formalizado”, alertou o governador.
O estado registrou nas últimas 24 horas 9.203 casos de coronavírus e 492 mortes. Agora, Minas tem 1.192.050 diagnósticos confirmados e 26.795 óbitos. Zema destacou que mesmo com a vacinação, a população precisa continuar seguindo os protocolos sanitários.
“A vacina reforça muito a imunização, mas temos que ter consciência de que os cuidados precisam ser mantidos, até porque quem foi vacinado ainda pode transmitir o vírus. Infelizmente temos um novo problema de saúde no mundo, que exige essa mudança de hábito, o distanciamento, o uso de máscara. Talvez tenham vindo para ficar um tempo muito maior do que nós imaginávamos”.
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— Governo de Minas Gerais (@governomg) April 8, 2021