Alterações na onda roxa passam a valer nesta sexta; veja o que muda

rua comércio
Boa parte dos estabelecimentos terão que manter as portas fechadas, mas há novas regras (Amanda Dias/BHAZ)

Supermercados e padarias de Minas Gerais poderão voltar a funcionar até as 22h a partir desta sexta-feira (9). A medida faz parte de uma série de alterações nas restrições da onda roxa, que foi estendida por mais dez dias em uma tentativa de frear o avanço da Covid-19 em 12 das 14 macrorregiões do estado. O anúncio foi feito nessa quinta-feira (8), em entrevista coletiva em que o governador Romeu Zema (Novo) também comentou sobre reforços na vacinação.

A partir de hoje, os supermercados e padarias das regiões que ainda estiverem na onda roxa – o que inclui BH – poderão funcionar até as 22h – duas horas a mais do que era permitido anteriormente. Com a mudança, a intenção do governo é reduzir a circulação de pessoas nos horários de pico e evitar aglomerações, conforme explicou o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti.

A medida é válida para boa parte dos municípios mineiros, já que 12 macrorregiões do estado ainda estão na onda roxa. Ficam de fora somente o Triângulo do Norte, que já havia avançado para a onda vermelha do Minas Consciente no fim de março, e o Triângulo do Sul, além das microrregiões de Montes Claros/Bocaiúva, Taiobeiras e São Gotardo.

Fim do toque de recolher e mais

Outra mudança anunciada pelo governo do estado foi o fim definitivo do toque de recolher, que restringia a circulação de pessoas nas ruas das 20h às 5h. A alteração, no entanto, não significa que o cenário é positivo. “Essas medidas não serão mais obrigatórias, mas é essencial que todos façam a sua parte para conseguirmos reduzir a propagação do vírus”, disse Zema.

Além da suspensão do toque de recolher, o Governo de Minas voltou a autorizar as reuniões familiares, que eram proibidas pela norma anterior. Assim como em outros momentos mais rígidos de combate ao vírus, continua proibida a realização de eventos, sejam eles públicos ou privados, que não estejam de acordo com as medidas sanitárias.

Além disso, há mudanças também no funcionamento do comércio não essencial. Os estabelecimentos dos municípios que estiverem na onda roxa não vão poder trabalhar com o esquema de retirada no balcão no período que antes era do toque de recolher.

Na prática, isso significa que bares, restaurantes e demais serviços que disponibilizam a opção de retirada na loja só poderão fazê-lo até as 20h. Das 20h até as 5h, somente estão autorizadas as vendas em esquema de delivery.

Pressa na vacinação

Além do funcionamento do comércio, também foram anunciadas medidas para acelerar a vacinação. O Governo de Minas decidiu disponibilizar para os municípios 5% das vacinas estocadas para reserva técnica do estado. O objetivo é ampliar a disponibilidade de imunizantes e acelerar a vacinação nas cidades.

“A reserva técnica de 5% que sempre foi estocada agora será enviada aos municípios para que haja maior disponibilidade de vacinas. Não é recomendado estocar doses neste momento. A vacina só resolve nosso problema quando ela está aplicada no braço de quem precisa, e não dentro do refrigerador aguardando”, explicou Zema.

Ainda segundo o governador, essa distribuição vai priorizar os municípios que estiverem na frente do processo de imunização, com menores estoques. Ou seja, quem vacinar mais rápido recebe novas doses mais rápido. Zema anunciou também a adoção de medidas para ajudar os municípios que estão com dificuldades para acelerar a imunização.

A ação é realizada em conjunto com o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) e com a AMM (Associação Mineira de Municípios) e também conta com o apoio de iniciativas do setor privado.

“Temos solicitado aos prefeitos que o processo não seja interrompido, apesar de sabermos que os profissionais de Saúde estão exaustos. Onde há disponibilidade de vacina, que é na maioria das prefeituras, que esse processo continue inclusive aos fins de semana”, argumentou Zema.

Novas cepas

Sobre a eficácia da vacinação para as novas variantes do coronavírus, o secretário de Saúde explicou que as vacinas existentes atualmente funcionam para as novas cepas. “Já saíram vários estudos confirmando que a nova cepa P1, a de Manaus, que é a mais prevalente no estado, tem uma boa resposta em relação à Coronavac, a vacina mais aplicada aqui. Também já temos estudos sobre a AstraZeneca que estão confirmando a eficácia, o que nos deixa tranquilos”, disse Fábio Baccheretti.

O secretário também comentou as novas mutações identificadas em Belo Horizonte por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais. “Ontem à noite fizemos uma reunião com a equipe técnica da UFMG e a principal conclusão, além da existência de uma nova cepa em BH, é que ela possui mutações nos mesmos locais da P1 e da P2, que são as cepas mais prevalentes no estado”, esclareceu.

“Ainda não sabemos se é mais infectante ou mais letal. No momento, a informação mais importante desse estudo é que aquela cepa inicial vivenciada em 2020 praticamente não circula mais no estado. A que circula é a cepa mais infectante, que veio do Amazonas. Por isso a importância das restrições adotadas no estado”, concluiu.

Com Agência Minas

Edição: Thiago Ricci
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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