Falta de ‘kit intubação’ leva a fechamento de leitos UTI Covid em BH

Leito de hospital
Leitos são fechados por falta de medicamentos (Rogerio Santana/Governo do Rio de Janeiro)

Leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratar a Covid-19 estão sendo fechados devido à falta de medicamentos para intubar pacientes. Jackson Machado, secretário de Saúde de Belo Horizonte, disse que a falta do chamado “kit intubação” coloca a capital mineira numa “situação desesperadora”. A afirmação foi dada durante a live “O colapso da Saúde: e agora”, realizada hoje (9) dia em que Minas teve o maior número de infectados em 24 horas: 16.479.

Jackson destacou, no começo da fala, que “estamos em guerra” contra o novo coronavírus. “Estamos em uma situação de guerra e tudo é possível e tudo acontece. Embora tenhamos nos preparado, jamais poderíamos pensar nesta catástrofe com as novas cepas que chegaram… O vírus sofre milhares de mutações”, disse na live promovida pelo Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte.

O responsável pela pasta da Saúde disse que o momento é de “enfrentar a pandemia juntos”, mas destacou os obstáculos encontrados para adquirir medicamentos. “Estamos muito preocupados com a falta de insumos, principalmente do ‘kit intubação’. Este é um problema nacional, hospitais estão comprando os kits com aumento de até 500% no preço”.

“Os fornecedores não tem fornecido para ninguém porque a demanda é muito alta. A situação é desesperadora”, complementou Jackson. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), havia alertado ontem (8) para a falta destes medicamentos. “Corremos o risco de pacientes intubados acordarem porque faltou sedativo e isso não pode ocorrer de forma alguma”, disse.

Fechamento de leitos

Diante da falta dos medicamentos, é preciso fechar os leitos e isso já aconteceu em BH, conforme contou o secretário de Saúde. “Tivemos que fechar dez leitos no Hospital Luxemburgo por falta de insumos. Dez leitos de UTI por causa da falta de kit intubação. Situação muito grave”, alertou.

De acordo com o Boletim Epidemiológico e Assistencial de ontem, a capital mineira tem 570 leitos de UTI Covid na rede SUS (Sistema Único de Saúde) e 583 na suplementar. A taxa de ocupação está em 93,1% – nível vermelho.

Uma reunião entre Jackson Machado e o secretário de estado de Saúde, Fábio Baccheretti, teria a falta do kit intubação como assunto prioritário, conforme adiantou o gestor municipal.

‘Auditoria’

Baccheretti também participou da live e disse que uma auditoria será realizada nos hospitais para ver a real situação das unidades de saúde. “Não temos estoque de insumos neste momento e deliberamos que iremos fazer auditorias em hospitais para avaliar o estoque real. Como é auto declarado, tem hospital que fala que tem pouco, mas pode ter mais. Iremos em alguns hospitais para fazer a divisão da forma mais assertiva”.

Recorde de casos

Minas Gerais registrou nesta sexta o maior número de casos confirmados de Covid-19 em 24 horas ao contabilizar 16.479 diagnósticos positivos. Agora, o estado tem 1.208.529 casos. Os óbitos tiveram acréscimo de 455 e chegaram a 27.250. O número de recuperados alcançou a marca de 1.091.688 e os em acompanhamento 89.591.

De acordo com o Boletim Epidemiológico da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), já foram aplicadas 2.156.274 vacinas da 1ª dose e 666.437 da 2ª e última dosagem.

Edição: Roberth Costa
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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