Blogueira de Contagem é presa por vender produtos adulterados

Produtos falsificados vendidos por blogueira
Jovem vendia cosméticos falsificados (Polícia Civil/Divulgação)

Uma blogueira com mais de 100 mil seguidores nas redes sociais e que se passava por estudante de biomedicina. Este é o perfil de uma jovem de 21 anos presa, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, junto com o marido e os pais, na última quinta-feira (8). A garota fazia procedimentos estéticos sem autorização em várias pessoas, vendia produtos adulterados, além de ministrar cursos por várias cidades do Brasil.

Os investigados adulteravam, falsificavam e comercializavam cosméticos. A jovem tratava melasma nas vítimas com a promessa de resolver os problemas na pele. No entanto, alguns pacientes apresentaram piora, como queimaduras no rosto. “A suspeita começou no ramo desde os 15 anos e sempre com participação dos pais”, disse a delegada Andrea Pochmann ao passar detalhes do caso em entrevista coletiva.

A delegada da Polícia Civil contou que os produtos cosméticos eram adulterados e comercializados. “Ela adulterava o produto colocando o rótulo dela no original, só que colocava outro cosmético lá dentro. Cometia várias formas de falsificação. Os produtos eram destinados à melasma. Tinha alguns que eram de ingestão, ou seja, produtos farmacêuticos”.

Um laboratório clandestino foi localizado pelos policiais no momento da prisão, assim como outros produtos adulterados. “Teve gente que fez empréstimo de R$ 30 mil por acreditar nos métodos dela. Fez curso e comprou vários kits”. A adulteração do produto tinha o objetivo de conseguir mais lucro com as vendas, segundo a delegada.

A jovem também criava métodos de tratamento e ministrava cursos em diversas cidades. “Cada curso tinha 30 alunos. Salvador, Juiz de Fora, Uberlândia e Brasília são algumas cidades. Ela era bastante articulada”, ressaltou a delegada.

Vida de ostentação

Pelas redes sociais a jovem ostentava uma vida de luxo e isso a ajudava na captação de clientes. “A clínica dela ficava em Contagem e o perfil é de uma menina de 21 anos. Bonita e chamava a atenção pelas fotos em relação ao ‘antes’ e ‘depois’ [dos tratamentos]. Além disso ela viajava e postava as fotos e residia em uma casa luxuosa de alto padrão”.

As fotos dos procedimentos estéticos citados pela delegada eram postadas, mas, segundo o relato de vítimas, os registros eram tratados em Photoshop. A polícia não informou o número de vítimas que identificaram e fez um apelo: “Ainda não temos estimativa de vítimas. Tivemos notícia de algumas que tiveram dano a saúde e solicitamos que outras procurem a polícia”, disse Andrea Pochmann.

A jovem possui alguns cursos na área de estética, tanto que apresentou certificados às autoridades. Apesar disso, ela não possuía autorização para realizar aplicações, utilizar alguns cosméticos e nem de possuir um laboratório. Os produtos apreendidos foram encaminhados para a Vigilância Sanitária que vai mencionar o que tinha em cada frasco.

Reação à prisão

Quando a Polícia Civil chegou para cumprir o mandado de prisão, todos estavam calmos, conforme relembrou a delegada. “O pai não permitiu que entrássemos no laboratório clandestino. A partir do momento que souberam que ficariam presos, entraram em pânico e o pai da jovem passou mal”.

A jovem afirmou que tinha todas as autorizações para fazer os procedimentos e depois, assim como os demais familiares, permaneceu em silêncio. O quarteto foi levado ao sistema prisional e o caso segue sendo investigado.

Edição: Thiago Ricci
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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