Trabalhadores da Assistência Social: Essenciais, sem vacina

mulher preparando vacina contra covid-19
Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que atende pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social devem ser vacinadas já (Pedro Gontijo/Imprensa MG)

Por Bella Gonçalves, vereadora em BH pelo PSOL/Gabinetona BH

A pandemia já dura mais de um ano e eu ainda não deixo de me surpreender e me comover com os efeitos dela, em todos os sentidos: no número de vidas perdidas, no luto social, na dificuldade econômica dos trabalhadores, pequenos empresários, na fome que volta a assombrar a vida de milhões de brasileiros.

Vivemos também os efeitos de uma gestão irresponsável da crise por parte do governo federal, que assumiu desde o começo uma postura negacionista diante da pandemia, atrasou o processo de vacinação, e virou as costas para a população que mais precisa de apoio nesse momento. A nova onda da Covid-19 veio com força e o sistema de saúde em Belo Horizonte esteve perto do colapso.

O acirramento da desigualdade social, o aumento do desemprego, a inflação crescente sobre alimentos e aluguéis, tem levado muita gente para as ruas, aumentando o contingente de pessoas sem acesso à alimentação, trabalho, renda, moradia, ou seja, impossibilitados de cumprirem as medidas de isolamento.

A Política de Assistência Social, conjuntamente com demais políticas de seguridade social, tem papel fundamental no apoio a população mais atingida pelos efeitos sociais da pandemia. Com o objetivo de garantir proteção social aos cidadãos ofertam nos CRAS, CREAS, Centro de Referência da População de Rua, Atenção ao Migrante, Abrigos acesso a serviços, programas, projetos e benefícios eventuais e socioassistenciais. Além do atendimento especializado às mulheres vítimas de violência, crianças vítimas de maus tratos, exploração sexual, abandono, e outras violações de direitos.

Desde o início da pandemia, os serviços do SUAS e o atendimento à população em situação de vulnerabilidade foram consideradas atividades essenciais por meio de decreto federal, em março de 2020. Isso foi fundamental para garantir o atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade social nesse período. Mas diante do agravamento da crise sanitária, aumenta a preocupação com a saúde dos trabalhadores e usuários dessas políticas, que estão cada vez mais expostos ao vírus e às novas variantes que parecem ser mais agressivas.

Mesmo tendo sido considerados essenciais no âmbito emergencial da pandemia, esses profissionais não foram contemplados no plano municipal de vacinação, que tem seguido as orientações do o plano nacional. Por isso, a categoria tem manifestado indignação e, embora reconheça a insuficiência de vacinas no país, reivindicam que também sejam incluídos nos grupos prioritários de vacinação, principalmente os serviços de atendimento à população em situação de rua que estão atuando na linha de frente desde março de 2020.

A inclusão dos trabalhadores do SUAS no plano municipal de vacinação é a garantia de continuidade do trabalho de toda uma rede de profissionais, que realizam um trabalho fundamental para a garantia dos direitos humanos das populações socialmente vulnerabilizadas. A Prefeitura de Belo Horizonte abriu cadastro para esses profissionais serem imunizados, mas até o momento não houve qualquer formalização sobre a inclusão no Plano Municipal de Vacinação e indicativo de aplicação das doses para esses profissionais.

Defendemos que sejam adotadas políticas de apoio econômico, que permitam o cumprimento das medidas de isolamento social, tão necessárias para o controle da grave situação que estamos vivendo. No mesmo sentido, é preciso avançar de forma ampla e célere no processo de vacinação, garantindo segurança a toda a população, especialmente aquelas pessoas que não podem ficar em casa, seja porque não tem uma pra morar, ou porque trabalham nas atividades essenciais ou estão na linha de frente do combate ao vírus ou precisam se arriscar em trabalhos precários para a sobrevivência. Auxílio para não morrer de fome! Vacina para viver!

Gabinetona[email protected]

A Gabinetona é um mandato coletivo construído por quatro parlamentares em três esferas do Legislativo. É representada pelas vereadoras Cida Falabella e Bella Gonçalves na Câmara Municipal de Belo Horizonte, pela deputada estadual Andréia de Jesus na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e pela deputada federal Áurea Carolina na Câmara dos Deputados, em Brasília.

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