BH sem fome: Vereadoras criam manifesto em defesa de renda emergencial para os mais vulneráveis

BH Sem Fome campanha renda emergencial
O movimento busca apoiadores para criar renda emergencial para famílias afetadas pela pandemia (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Atualização às 15:30 do dia 16/04/2021 : Matéria atualizada com inclusão do posicionamento da vereadora Iza Lourença

Com a alta do desemprego, milhares de trabalhadores perderam fonte de renda durante a pandemia de Covid-19. E um inimigo antigo voltou a assustar os brasileiros: a fome. Apesar de ter sido erradicada em meados de 2003, foi comprovado que 125 milhões de pessoas passaram por insegurança alimentar em 2020.

A triste realidade levou o mandato coletivo Gabinetona a criar um movimento para gerar auxílio de renda emergencial para os moradores mais afetados economicamente em Belo Horizonte. A campanha BH Sem Fome é uma iniciativa das vereadoras Bella Gonçalves e Iza Lourença, ambas do PSOL, em parceria com movimentos sociais da capital mineira.

A Gabinetona criou um manifesto para que a população apoie a renda básica em BH. Ao BHAZ, a parlamentar Bella Gonçalves explicou que houve um agravamento nas políticas econômicas e as pessoas mais pobres são as mais afetadas durante essa crise.

“Belo Horizonte e todo o Brasil sentem fome. As pessoas estão dependendo de doações de cestas básicas, muitas não tem recursos para pagar o aluguel da casa ou para arcarem com as necessidades mais básicas. Por isso discutimos a implementação da renda emergencial em BH”, explica.

A campanha está disponível para recolher assinaturas de apoiadores (Reprodução/Chance.org)

Quem tem fome, tem pressa

A vereadora da capital mineira reforçou a importância da assistência já oferecida pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) na entrega mensal de cestas básicas. Mas, segundo ela, essas ações ainda não são 100% eficazes por conta da quantidade de pessoas afetadas pela pandemia.

“É urgente que a gente pressione as entidades públicas. Estamos organizando uma apresentação de uma iniciativa legislativa nesse sentido, pelo fortalecimento da assistência, o combate à fome e direito a renda para que as pessoas possam fazer o isolamento social da melhor forma possível sem precisar se arriscar nas ruas”, afirma.

Ao BHAZ, a também vereadora Iza Lourença explica que muitos chefes de família da capital precisam escolher entre pagar as contas ou alimentar os filhos. “Isso é um absurdo, dados mostram que BH tem 80 mil famílias em situação de pobreza. Os alimentos da cesta básica aumentaram e o valor do auxilio não resolve o problema”, esclarece.

“Sabemos que essa medida só será implementada com pressão popular. E como não podemos ir às ruas, nossa alternativa foi uma mobilização virtual, e já estamos com mais de 3 mil assinaturas. Vamos mostrar aos demais vereadores e ao prefeito que a cidade apoia essa ideia”.

Ainda segundo Iza, outras cidades do Brasil já aprovaram a renda emergencial nos municípios como uma medida mais rápida e eficaz contra a fome. Na manhã de hoje, a Gabinetona protocolou um Projeto de Lei que abre caminhos para a implementação da renda, que, caso aprovada, distribua R$ 600 para as famílias mais afetadas.

Esta reportagem é uma produção do Programa de Diversidade nas Redações, realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative.

Edição: Roberth Costa
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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